A Aldeia (XXXVI)
Os quatro seguiram em direção à Aldeia dos Korés. O rapaz era muito falante e se apresentou como Malto, era exímio cavaleiro e dominava o animal com mestria. Enquanto cavalgavam, quando alguém lhe dirigia a palavra perguntando algo, ele comandava o cavalo para ficar sempre em posição de ouvir melhor e também ser ouvido pelo interlocutor, e dirigiu-se à Kally chamando-a por majestade, demonstrando que seu pai o alertara de que ela era rainha.
Amom quis saber como o seu povo tinha conseguido os vinte arcabuzes e ele explicou que seu pai havia trocado por cavalos depois que houve o rapto dos treze guerreiros da sua tribo. Disse que seu pai, depois que os guerreiros tinham sumido, havia tomado uma série de medidas preventivas para evitar que acontecessem novos sumiços de seus guerreiros. Uma das medidas foi de que todas as vezes que um pequeno grupo fosse à caça, pelo menos quatro deveriam levar arcabuzes, mas eles nunca poderiam usá-los para a caça, mas para a defesa do grupo. Outra medida foi deixar junto das portas das casas, sempre, os arcabuzes armados e longe das mãos das crianças, para que, em caso de ataque à aldeia, eles pudessem se defender.
Malto comentou que na aldeia vizinha, dos Sourabes, enquanto os guerreiros saíram para uma grande caçada, e demorariam dias para voltar, quando retornaram não encontraram ninguém, a aldeia estava vazia.
Então, ele deu sua opinião de que as pequenas aldeias eram muito vulneráveis, as tribos maiores praticamente não foram atacadas, disse ele. Mas como elas não se acham vulneráveis, também não têm nenhum interesse em ceder seus guerreiros para a batalha...
Roan treinava diariamente as guerreiras no bom uso do arco e flecha, ele tinha aprendido uma técnica que desnorteava completamente os inimigos e estava repassando-a às suas guerreiras. Quando um guerreiro vai para uma batalha sabendo que o inimigo vai usar o arco e flecha, o que ele faz para se defender? Ele leva consigo o escudo para se proteger do ataque das flechas. Normalmente os escudos são bastante eficientes, mas quando um grupo é atacado e as flechas são atiradas ao mesmo tempo de diferentes posições, os escudos perdem a eficácia. Por isso ele dividia as guerreiras em três grupos, que atiravam suas flechas ao mesmo tempo contra o inimigo. Ele simulava situações e media os resultados e para coordenar as ações e haver simultaneidade nos ataques, ele usava um apito.
Assim, as guerreiras distribuídas em dois grupos de sete e um de seis, em que um dos grupos se posicionava frontalmente ao suposto inimigo enquanto os outros dois se posicionavam em ângulos de quarenta e cinco graus em relação ao primeiro, e ao sinal do apito todas lançavam suas flechas com muita eficiência e precisão.
Quando os quatro cavaleiros chegaram na aldeia dos Korés, os cavalos se assustaram, o animal de Kally refugou e quando eles olharam melhor, no centro da aldeia havia um leão solto. Quando a fera viu os cavaleiros, veio para o lado deles, mas um guerreiro correu e puxou o leão por uma corrente, para tentar contê-lo, não foi suficiente, tiveram de vir vários guerreiros e um deles com chicote na mão fez o animal recuar e voltar para o seu canto.
Kally e Aulah não quiseram apear dos seus animais enquanto o leão não fosse preso, mas depois desceram quando as pessoas se acercaram dos seus animais rindo e brincando com a situação.
- Esse leão, explicou um dos Korés, foi achado depois que caçadores brancos mataram sua mãe, era um filhote e foi criado por nós, ele não nos ataca, mas não deixa de ser um animal feroz e perigoso e estranha as pessoas desconhecidas, de modo que ficamos apreensivos quando chega alguém de fora. Acredito também que ele ficou excitado porque nunca tinha visto um cavalo...
Os quatro entraram, se apresentaram e foram direto ao assunto.
- Na nossa aldeia, disse o chefe, capturaram dezessete dos nossos melhores guerreiros, nós vamos conversar para saber quantos guerreiros vamos ceder, porque também tenho que manter um grupo aqui para defender nossa aldeia...
Malto, sorrindo, disse:
- Pode deixar essa defesa por conta do leão, chefe...
Todos riram muito e o chefe disse:
- Ele realmente é um guerreiro valente e acredito se formos atacados ele vai fazer um estrago muito grande nos agressores, mas mesmo assim tenho que manter alguns guerreiros de sobreaviso.
É justo, chefe! Disse Amom.
Nesse mesmo dia eles seguiram para a aldeia dos Marucos, as mulheres ficaram com medo de pernoitar entre os Korés com o leão solto no pátio, mesmo porque os cavalos estavam muito assustados pelos urros da fera. Tão logo receberam a confirmação do chefe de que cederiam os guerreiros, eles partiram para as aldeias dos Marucos e Bores.
Os quatro seguiram em direção à Aldeia dos Korés. O rapaz era muito falante e se apresentou como Malto, era exímio cavaleiro e dominava o animal com mestria. Enquanto cavalgavam, quando alguém lhe dirigia a palavra perguntando algo, ele comandava o cavalo para ficar sempre em posição de ouvir melhor e também ser ouvido pelo interlocutor, e dirigiu-se à Kally chamando-a por majestade, demonstrando que seu pai o alertara de que ela era rainha.
Amom quis saber como o seu povo tinha conseguido os vinte arcabuzes e ele explicou que seu pai havia trocado por cavalos depois que houve o rapto dos treze guerreiros da sua tribo. Disse que seu pai, depois que os guerreiros tinham sumido, havia tomado uma série de medidas preventivas para evitar que acontecessem novos sumiços de seus guerreiros. Uma das medidas foi de que todas as vezes que um pequeno grupo fosse à caça, pelo menos quatro deveriam levar arcabuzes, mas eles nunca poderiam usá-los para a caça, mas para a defesa do grupo. Outra medida foi deixar junto das portas das casas, sempre, os arcabuzes armados e longe das mãos das crianças, para que, em caso de ataque à aldeia, eles pudessem se defender.
Malto comentou que na aldeia vizinha, dos Sourabes, enquanto os guerreiros saíram para uma grande caçada, e demorariam dias para voltar, quando retornaram não encontraram ninguém, a aldeia estava vazia.
Então, ele deu sua opinião de que as pequenas aldeias eram muito vulneráveis, as tribos maiores praticamente não foram atacadas, disse ele. Mas como elas não se acham vulneráveis, também não têm nenhum interesse em ceder seus guerreiros para a batalha...
Roan treinava diariamente as guerreiras no bom uso do arco e flecha, ele tinha aprendido uma técnica que desnorteava completamente os inimigos e estava repassando-a às suas guerreiras. Quando um guerreiro vai para uma batalha sabendo que o inimigo vai usar o arco e flecha, o que ele faz para se defender? Ele leva consigo o escudo para se proteger do ataque das flechas. Normalmente os escudos são bastante eficientes, mas quando um grupo é atacado e as flechas são atiradas ao mesmo tempo de diferentes posições, os escudos perdem a eficácia. Por isso ele dividia as guerreiras em três grupos, que atiravam suas flechas ao mesmo tempo contra o inimigo. Ele simulava situações e media os resultados e para coordenar as ações e haver simultaneidade nos ataques, ele usava um apito.
Assim, as guerreiras distribuídas em dois grupos de sete e um de seis, em que um dos grupos se posicionava frontalmente ao suposto inimigo enquanto os outros dois se posicionavam em ângulos de quarenta e cinco graus em relação ao primeiro, e ao sinal do apito todas lançavam suas flechas com muita eficiência e precisão.
Quando os quatro cavaleiros chegaram na aldeia dos Korés, os cavalos se assustaram, o animal de Kally refugou e quando eles olharam melhor, no centro da aldeia havia um leão solto. Quando a fera viu os cavaleiros, veio para o lado deles, mas um guerreiro correu e puxou o leão por uma corrente, para tentar contê-lo, não foi suficiente, tiveram de vir vários guerreiros e um deles com chicote na mão fez o animal recuar e voltar para o seu canto.
Kally e Aulah não quiseram apear dos seus animais enquanto o leão não fosse preso, mas depois desceram quando as pessoas se acercaram dos seus animais rindo e brincando com a situação.
- Esse leão, explicou um dos Korés, foi achado depois que caçadores brancos mataram sua mãe, era um filhote e foi criado por nós, ele não nos ataca, mas não deixa de ser um animal feroz e perigoso e estranha as pessoas desconhecidas, de modo que ficamos apreensivos quando chega alguém de fora. Acredito também que ele ficou excitado porque nunca tinha visto um cavalo...
Os quatro entraram, se apresentaram e foram direto ao assunto.
- Na nossa aldeia, disse o chefe, capturaram dezessete dos nossos melhores guerreiros, nós vamos conversar para saber quantos guerreiros vamos ceder, porque também tenho que manter um grupo aqui para defender nossa aldeia...
Malto, sorrindo, disse:
- Pode deixar essa defesa por conta do leão, chefe...
Todos riram muito e o chefe disse:
- Ele realmente é um guerreiro valente e acredito se formos atacados ele vai fazer um estrago muito grande nos agressores, mas mesmo assim tenho que manter alguns guerreiros de sobreaviso.
É justo, chefe! Disse Amom.
Nesse mesmo dia eles seguiram para a aldeia dos Marucos, as mulheres ficaram com medo de pernoitar entre os Korés com o leão solto no pátio, mesmo porque os cavalos estavam muito assustados pelos urros da fera. Tão logo receberam a confirmação do chefe de que cederiam os guerreiros, eles partiram para as aldeias dos Marucos e Bores.