A Aldeia (XXIX)
- O que está havendo com você, minha rainha, não consegue dormir?
- Estou preocupada, Auan, tem uma coisa que não sai da minha cabeça.
- Conta para mim, quem sabe, desabafando, você não melhora?
- Desde ontem estou assim, preocupada... O retorno do Amom e a informação que a Aulah disse, que os outros guerreiros estão vivos, não me sai da cabeça. Ontem tive um sonho e vi o Omulu no meio de um milharal e resolvi procurar a Noah, você sabe, que sem eu lhe dizer uma só palavra sobre o que sonhei, ela me perguntou se eu tinha visto o Omulu?
- É mesmo?
- Verdade... Eu estava cheia de dúvidas e passei a acreditar de imediato no que ela dizia... Ela é uma grande feiticeira, Auan. Depois ela me afirmou que todos estão vivos e que o destino deles está nas minhas mãos...
- Ora, minha rainha, não exagere, ninguém é dono do destino dos outros. Não pense assim porque senão você vai entrar numa paranoia... Considere também, que atrás daquele cachimbo tem uma velha esperta, ladina e muito manipuladora. Não se deixe levar por essas maquinações da velha, nós não temos condições de modificar certas circunstâncias.
Segundo Amom, nossos guerreiros estão presos num lugar de difícil acesso e guardados por homens sanguinários, armados com bacamartes. Lutar com arcos, flechas e lanças contra armas de fogo é suicídio... Põe sua cabeça no lugar, minha rainha, acalme-se e vá dormir... Amanhã você vai pensar com mais sensatez e vai aceitar as coisas como elas são... Vamos dormir, é o melhor que fazemos!
Depois da água fria que foi a conversa com Auan, Kally foi dormir frustrada porque imaginava que seu homem fosse lhe dar apoio integral.
No dia seguinte Kally procurou Ormec, que era o homem, que para ela, tinha mais bom senso na Aldeia Van.
Ela agora estava ainda mais assustada, tinha tido um outro sonho ainda mais preocupante, e precisava se aconselhar.
- Ormec, você acreditou em mim quando lhe contei o sonho que tinha tido com o Omulu. Pois bem, você ainda não sabe, mas procurei a Noah e antes que eu dissesse alguma coisa, ela me perguntou se era o Omulu quem havia me mandado falar com ela. Ela, Ormec, demonstrou ser uma feiticeira poderosa, e sabe que ela me disse que a vida dos nossos guerreiros está nas minhas mãos? Pois bem, hoje eu vi em meus sonhos, um outro orixá, ele é lindo, um homem enorme que estava com uma arma na mão, penso ser Ogum...
Como era a arma, Kally?
- Não deu para reparar, mas ele estava sobre uma laje de pedras, perto dele, sentados, tinham dois leões e ele tinha cara de bravo.
- O Ogum sempre usa uma machadinha de duas pontas, mas como você afirma que ele estava sobre uma pedreira, deve ser o Xangô, minha rainha, e o que ele lhe disse?
- Eles não dizem nada, têm boca e não falam...
- Então volte e conte para Noah!
- É o que eu vou fazer, não vou contar mais nada para Auan, ele é contra nós libertarmos os nossos guerreiros, acha que será um suicídio lutar contra os brancos de bacamartes...
- Pode ser até que ele tenha razão, volte e fale com a feiticeira. vamos ver o que ela tem a dizer.
- O que está havendo com você, minha rainha, não consegue dormir?
- Estou preocupada, Auan, tem uma coisa que não sai da minha cabeça.
- Conta para mim, quem sabe, desabafando, você não melhora?
- Desde ontem estou assim, preocupada... O retorno do Amom e a informação que a Aulah disse, que os outros guerreiros estão vivos, não me sai da cabeça. Ontem tive um sonho e vi o Omulu no meio de um milharal e resolvi procurar a Noah, você sabe, que sem eu lhe dizer uma só palavra sobre o que sonhei, ela me perguntou se eu tinha visto o Omulu?
- É mesmo?
- Verdade... Eu estava cheia de dúvidas e passei a acreditar de imediato no que ela dizia... Ela é uma grande feiticeira, Auan. Depois ela me afirmou que todos estão vivos e que o destino deles está nas minhas mãos...
- Ora, minha rainha, não exagere, ninguém é dono do destino dos outros. Não pense assim porque senão você vai entrar numa paranoia... Considere também, que atrás daquele cachimbo tem uma velha esperta, ladina e muito manipuladora. Não se deixe levar por essas maquinações da velha, nós não temos condições de modificar certas circunstâncias.
Segundo Amom, nossos guerreiros estão presos num lugar de difícil acesso e guardados por homens sanguinários, armados com bacamartes. Lutar com arcos, flechas e lanças contra armas de fogo é suicídio... Põe sua cabeça no lugar, minha rainha, acalme-se e vá dormir... Amanhã você vai pensar com mais sensatez e vai aceitar as coisas como elas são... Vamos dormir, é o melhor que fazemos!
Depois da água fria que foi a conversa com Auan, Kally foi dormir frustrada porque imaginava que seu homem fosse lhe dar apoio integral.
No dia seguinte Kally procurou Ormec, que era o homem, que para ela, tinha mais bom senso na Aldeia Van.
Ela agora estava ainda mais assustada, tinha tido um outro sonho ainda mais preocupante, e precisava se aconselhar.
- Ormec, você acreditou em mim quando lhe contei o sonho que tinha tido com o Omulu. Pois bem, você ainda não sabe, mas procurei a Noah e antes que eu dissesse alguma coisa, ela me perguntou se era o Omulu quem havia me mandado falar com ela. Ela, Ormec, demonstrou ser uma feiticeira poderosa, e sabe que ela me disse que a vida dos nossos guerreiros está nas minhas mãos? Pois bem, hoje eu vi em meus sonhos, um outro orixá, ele é lindo, um homem enorme que estava com uma arma na mão, penso ser Ogum...
Como era a arma, Kally?
- Não deu para reparar, mas ele estava sobre uma laje de pedras, perto dele, sentados, tinham dois leões e ele tinha cara de bravo.
- O Ogum sempre usa uma machadinha de duas pontas, mas como você afirma que ele estava sobre uma pedreira, deve ser o Xangô, minha rainha, e o que ele lhe disse?
- Eles não dizem nada, têm boca e não falam...
- Então volte e conte para Noah!
- É o que eu vou fazer, não vou contar mais nada para Auan, ele é contra nós libertarmos os nossos guerreiros, acha que será um suicídio lutar contra os brancos de bacamartes...
- Pode ser até que ele tenha razão, volte e fale com a feiticeira. vamos ver o que ela tem a dizer.