A Princesa e o Mordomo
Numa certa terra, em tempos de opressão,
Senhores provincianos extremamente perversos,
Exploravam e oprimiam belas jovens
E quando não as queriam mais, as abandonavam
Eram deixadas às margens de caminhos desertos
Sofrendo desprezo e abandono, sem esperança
Havia porém um certo Senhor bondoso e justo
Deu este Senhor ao seu fiel mordomo,uma missão
Que o mordomo fosse por caminhos e veredas
Recolhendo tais garotas caso as encontrasse
Assim fez o mordomo fiel, inúmeras vezes
Cuidava das jovens, e ajudava a refazerem suas vidas
Certa vez viu cambaleante, a mais bela de todas
Tomando-a consigo, sofreu com ela suas dores
Tratou suas feridas com o bálsamo de suas lágrimas
Dado a fragilidade com que a encontrara debilitada
Dispensou-lhe cuidados especiais, amou-a compassivo
Ao passar de cem dias, ela já estava refeita
Foi quando o mordomo soube tratar-se de uma princesa
Uma carruagem real veio buscá-la, e a conduziu ao palácio
Lugar onde aquele mordomo jamais poderia entrar
Enquanto a guarda do reino se afastava pelo caminho
Restava ao mordomo o conforto de jamais esquecer
Que sem saber, hospedou e tratou sua princesa
A saudade vai doer, pela falta de sua nobre hóspede
Mas as lembranças de modo algum se apagarão
Sempre haverá a memória de que por certo tempo
A humilde morada daquele mordomo fiel
Foi uma extensão acolhedora do palácio real
Sendo habitação do que havia de melhor naquele reino
O bem mais precioso do Rei, sua própria filha.