Tia Gasparina
Minha tia Gasparina, disse-me que quando menina, era muito espevitada.
Contou-me que certa ocasião, pegou o seu gatinho e o colocou dentro de um caldeirão. E o gatinho começou a espernear...
Esperneava para lá, esperneava para cá, mas não encontrou a solução para sair de lá.
Achei muito engraçado ouvir minha tia falar, do susto que ela levou quando o gato parou de miar.
Pensou que o gatinho havia morrido, e lentamente levantou a tampa do caldeirão. Mas viu que felizmente o gatinho não morreu, somente adormeceu.
Disse que susto maior foi ver minha avó entrar na cozinha e ir logo falando:
_ Gasparina, me dê o caldeirão, pois vou cozinhar um pouco de feijão.
E ela disse que nessa hora se assustou de verdade! Colocou a mão no coração com medo de comer o gatinho cozido no meio do feijão.Disse que arregalou os olhos, começou a gaguejar e só olhava para a sua mãe, sem conseguir falar. Ficou muito apavorada por sentir que o gatinho iria se transformar em uma boa feijoada.
E minha avó que de boba não tinha nada, logo percebeu que ela estava bastante apavorada. E foi logo lhe dizendo : _"Vá falando Gasparina ! O que você aprontou que ficou assim engasgada" ? Mas logo se pôs a pensar:_" A vida do meu gatinho, só eu posso salvar ! Não posso deixar o bichaninho virar uma feijoada, e todos a saborear". Tratou de encontrar uma solução....
-"Ah ! Já sei o que vou fazer! Se eu contar para a minha mãe, meu gatinho não vai morrer". E começou a falar: -"Olha minha mãezinha, hoje no caldeirão, o feijão não pode entrar, pois o meu gatinho querido, dentro dele está a dormir, e não podemos mãezinha, o gatinho acordar".
Disse que minha avó ficou um pouco brava, mas depois se acalmou.
E assim é a minha tia Gasparina... que até hoje da boas gargalhadas, quando se lembra das bagunças dos seus tempos de menina.
Autora: Maria Helena Alves Lamanna
Rio Preto-MG