Me espera...
Eu me lembro daquela noite em que nos conhecemos como se fosse ontem, não penso nisso todos os dias, mas às vezes sou assolada com uma avalanche de lembranças e então eu revivo cada instante como se fosse agora, com a mesma intensidade.
Me lembro como se aproximou tímido me convidou a dançar, como chorei em seus ombros até as lágrimas secarem, mesmo sabendo que tinha acabado de te conhecer, a forma como me embalou em seus braços e me deixou mergulhar em seu cheiro, ainda que não houvéssemos trocado nem meia dúzia de palavras, como me mostrou a lua que mesmo distante, continuava brilhando e encantando, ainda que ninguém a percebesse, me disse em silêncio que tudo passa e, continuamos dançando, suspirando, apenas existindo ali, naquela noite estrelada, ainda me lembro sim, da música que tocava e até hoje ela continua sendo a nossa música porque afinal, ela se eternizou em minha mente e meu coração.
Eu me lembro do dia seguinte e do outro também e todos os outros que se seguiram, você na minha casa, os beijos, o medo, a insegurança, a promessa.
Um encontro de almas para a eternidade.
Haviam tantos planos e parecia que tudo que tínhamos vivido antes já não importava, éramos apenas nós dois e tudo o que sonhávamos viver.
Foram tempos bons, nada e nem ninguém nos separava.
Eu te amei tanto e acho que continuo amando até hoje, ainda que a vida nos tenha separado...sim, foi eterno enquanto durou, mas a eternidade é relativa e nem sempre significa “para sempre”.
A vida e o tempo, tudo é incerto e imprevisível, há encontros que duram um momento e momentos que duram uma vida, mas a nossa história bagunçou tudo e entre idas e vindas, um acidente no percurso, uma terceira via e tudo se perdeu (eu me perdi), mas você se encontrou.
Havia tanto amor entre nós, mas às vezes isso não é o suficiente...tudo se esvai.
A gente precisa ir, mas quer ficar e ficamos várias vezes, mas a dúvida estava sempre lá: E se acontecer de novo?
A desconfiança destrói o amor.
Foi o nosso fim.
Duas vidas, um amor e uma traição.
O fim de tudo e o começo de nada.
Porque tudo que veio depois não compensava o tivemos antes.
Eu costumo dizer que não há nada antes e nem depois, apenas o enquanto durou, mas que jamais se concretizou, a gente não se perdoou.
O tempo passou, outras você amou (e eu também), mas no meu coração você ficou até o dia em que para sempre me deixou e passou a viver apenas em meus sonhos e nas minhas lembranças.
No fim de tudo, nada ficou, nem seu cheiro, seu sorriso, seu andado meio bobo, nem sequer uma fotografia, apenas as lembranças e a saudade que vez ou outra ainda me assombra, porque você sempre está por aí, no sorriso de alguém, na piada de mal gosto que outra pessoa conta, na música que ouço no volume máximo, apenas para te sentir mais uma vez e me acalmar dentro seu abraço mais uma vez.
Não acredito que há outros reencontros além dessa vida, mas caso haja, eu espero um dia te encontrar de novo como outrora me prometeu: “Ainda que eu viva mil vidas, em todas elas eu te encontrarei e te amarei, em algum momento, nós seremos felizes juntos”.
Então, onde estiver, me espera, qualquer dia, a gente se encontra de novo.