O feiticeiro e o espelho
Havia um feiticeiro que possuía um espelho encantado. Quem olhasse para dentro dele veria não a verdade, mas aquilo que seu coração desejava enxergar. Ele presenteava o espelho a quem amava, e, por meio dele, via príncipes onde havia plebeus, via constelações onde existiam simples lâmpadas acesas.
Mas um dia, o encanto se quebrou. O espelho trincou, e a névoa que cobria seus olhos dissipou-se. O feiticeiro percebeu, então, que não havia magia do outro lado—apenas um reflexo comum, uma silhueta que já não brilhava como antes. O que tornava aquela imagem especial nunca esteve na pessoa refletida, mas no encantamento que ele mesmo havia criado.
E assim aprendeu que, às vezes, o amor não está no outro, mas na feitiçaria silenciosa da própria mente.