UM CONTO DE AMOR
Eles se olham, não respiram, seus corações param de bater. O mundo ao redor parece desaparecer, como se o tempo tivesse congelado em um instante eterno. Os olhares se entrelaçam, carregados de uma intensidade que transcende palavras. Um silêncio denso paira no ar, cortado apenas pelo som distante de um pássaro que canta, alheio ao drama que se desenrola.
Ela abre a boca, como se fosse dizer algo, mas nenhum som sai. Ele inclina a cabeça, tentando decifrar o que está por trás daqueles olhos que parecem guardar segredos milenares. As mãos tremem, mas não se tocam. A distância entre eles é mínima, mas parece intransponível.
De repente, um vento suave passa, trazendo consigo o cheiro de flores silvestres. Ele fecha os olhos por um instante, como se quisesse se lembrar daquele momento para sempre. Quando os abre, ela ainda está lá, imóvel, como uma estátua de mármore. Ele sente um nó na garganta, uma mistura de desejo e medo. O que acontecerá se ele der o primeiro passo? O que acontecerá se ele não der?
Ela, por sua vez, sente o peso daquela decisão. Cada segundo que passa é uma eternidade, cada batida do coração um eco distante. Ela sabe que, qualquer que seja a escolha, nada será como antes. O mundo já mudou, e eles também.
Finalmente, ele estende a mão, lentamente, como se tivesse medo de quebrar o feitiço. Ela hesita por um momento, mas então, com um suspiro quase imperceptível, coloca a mão na dele. O toque é quente, suave, e ao mesmo tempo eletrizante. Eles sorriem, timidamente, como se tivessem descoberto um segredo que ninguém mais conhece.
O mundo volta a girar, mas agora é diferente. Eles estão juntos, e isso é tudo o que importa.