(Imagem extraída do Google)

A mãe da noiva

É uma senhora com deficiência nos membros inferiores, sem cadeira de rodas para se deslocar, membro de uma família pobre que nunca tiveram condições para lhe proporcionar meios adequados para se locomover. Desde menina que cresceu com cognome "aleijada". Foi uma menina muito simpática, apesar da sua deficiência, embora havia sempre pessoas sem sensibilidade para com ela e outros na mesma condição física.

Como qualquer menina, ela foi se desenvolvendo, seu corpo foi se transformando, a seu jeito, chamando atenção para si própria e outras pessoas. Igualmente, e por influência de algumas amigas, a adolescente que estava quase a atingir a maioridade, despertou a libido e deixava-se conquistar pelos homens, como faziam as amigas. Assim, apareceu um jovem que não tendo com'paixão (se calhar) dela, visto que batia na rocha de outras moças, aproveitou-se da carência da mocinha aleijada em sentir os prazeres da carne, para se satisfazer sexualmente. Afinal, nada lhe proibia de namorar com quem quisesse. As amigas da mocinha ficaram felizes, pois deixariam de vê-la a pegar vela, e quando poderem conversar sobre namoro ninguém mais ficaria sem palavras ou descontextualizada. A relação amorosa era nova e um segredo deles com as amigas da moça, mais ninguém sabia!

Com o passar do tempo, a moça que era conhecida como aleijada, começou a se impor mais na sociedade, ganhou respeito e começou a ser tratada pelo seu nome "Gina". Em casa, os adultos desconfiavam de uma possível relação da Gina, só não lhe questionavam, por uma questão de não lhe pressionar e consequentemente afugentar o seu amante, queriam acreditar que, se calhar, era o homem para ela. A Gina tinha conselhos da mãe, e de outras tias adultas, sobre os cuidados no namoro. Mas, como tantas outras moças que quando estão apaixonadas não ouvem alguns conselhos, Gina não teve em atenção alguns aspectos. E, como dizem os mais velhos " quando se come ginguba no fundo da água, as cascas chegam à superfície", a desconfiança da família virou certeza, pois Gina ficou grávida. A família reuniu a respeito, questionaram Gina que disse a verdade. Foi o Carlos, o autor da gravidez. Infelizmente, Carlos era um jovem desempregado, cuja família era pobre também, não tinha condições de assumir a Gina. E, o pior é que Carlos negou a gravidez, não tinha coragem de ser conhecido como o namorado da Gina, o que deixou a moça muito triste e decepcionada!

Gina chorou tanto na reunião familiar em que Carlos negou, alegando não ser o único com quem Gina se relacionou, infelizmente. A atitude de Carlos era comum, naquela altura entre os mocinhos do bairro. Assim, a família da Gina, atendendo os seus princípios, não complicaram, decidiram cuidar da sua filha como se nada tivesse acontecido. Gina foi amorosa e clinicamente acompanhada durante a gestação que pouco a pouco foi aceitando a realidade e se preparando para dar à luz e ser mãe.

Depois de nove meses concebida, Gina deu à luz uma linda menina parecida com ela, a quem deu o nome de Georgina. A bebê nasceu normal e saudável, cresceu aos cuidados da mãe com o apóio dos avós e tios. Quando atingiu a idade escolar, foi inserida no Sistema Educativo, onde foi transitando com sucessos, de classe em classe, apesar das dificuldades financeiras que tinha. Era uma excelente aluna, querida pelos professores e colegas. Seu sonho era formar-se até ao superior, conseguir um emprego e ajudar a sua pobre mãe que não a abortou depois de ser abandonada pelo pai Carlos.

Na juventude, Georgina era perseguido por vários pretendentes, dos quais George era quem ela mais gostava, que depois de muita insistência o aceitou como namorado. George era um jovem formado e empregado, 5 anos mais velho que Georgina, verdadeiramente apaixonado pela Georgina que também o amava com paixão. Assim, os dois formavam um perfeito casal, levaram a relação com muita responsabilidade até que um dia, depois de sensivelmente três anos de namoro, George propôs a sua namorada o casamento para viverem já juntos. Gina não hesitou em aceitar, mesmo estando ainda no princípio do ensino superior. Portanto, George foi com a sua família se apresentar na família da sua namorada, onde foram bem recebidos e aceites, conversaram acertando os passos a serem cumpridos até ao matrimónio, com base na cultura. Felizmente, as coisas foram correndo bem e chegou o dia do casamento. Na agitação do dia, muita correria dos noivos e familiares responsáveis pela organização da festa, George, apercebeu-se que a família da sua noiva, estava a ponderar levar a sogra apenas para assistir a cerimónia religiosa e deixá-la em casa, no momento do copo-d'agua no salão, por falta de uma cadeira de rodas para lhe facilitar estar na festa. Assim, o noivo, querendo ver a sogra também no salão, a divertir-se certamente, a testemunhar a alegria da filha e fazendo fotos com eles, vendeu o seu lindo facto preparado para acto, comprou uma cadeira de rodas e ofereceu à mãe da noiva!

 

©️ Mwéene-Ndaka 🇦🇴

 

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Mwéene Ndaka
Enviado por Mwéene Ndaka em 30/11/2024
Reeditado em 30/11/2024
Código do texto: T8208983
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