Asas da Liberdade
Em um pequeno parque da cidade, onde as árvores dançavam com o vento e o sol filtrava sua luz dourada entre as folhas, Lucas e Gabriel se encontraram. O aroma do algodão-doce e o som distante de risadas das crianças brincando formavam um pano de fundo perfeito para aquela tarde.
Os dois se atraíam como magnéticos, e o que havia começado como uma amizade despretensiosa agora flutuava no ar como uma possibilidade eletrizante. Lucas, com seus cabelos bagunçados e olhos curiosos, sempre foi um espírito livre. Gabriel, mais introspectivo, admirava essa liberdade e sentia sua própria alma se expandir ao lado do amigo.
Enquanto caminhava lado a lado, o coração de Lucas batia acelerado, mas ele sabia que eu precisava ser sincero. Havia algo que o preocupava, e não poderia deixar isso ficar nas entrelinhas.
“Gabriel,” ele começou, parando sob uma árvore frondosa. "Antes de avançarmos, eu preciso te contar algo importante."
Gabriel olhou para ele, a expectativa brilhando em seus olhos. "O que é?"
"Eu amo minha liberdade", disse Lucas, sua voz firme, mas cheia de ternura. "Sou um ser livre, sabe? Não consigo viver em gaiolas. Eu me apaixono — e três vezes ao mês não é exagero para mim. É assim que meu coração funciona."
Gabriel levou um momento, processando as palavras de Lucas. "Você está dizendo que não quer um relacionamento sério?" Disse, sua voz progressivamente trêmula.
"Não é isso que estou dizendo", Lucas apressou-se em esclarecer. "Eu quero explorar isso que sentimos, mas não quero que você sinta que precisa me prendê-lo, nem que eu tenha que me prender a você. Estou falando de um relacionamento aberto, onde podemos ser livres para amar e nos relacionar com outras pessoas , mas ainda assim manter algo especial entre nós."
O silêncio pairou entre eles. Gabriel sentiu um misto de confusão e compreensão. Ele amava a ideia de estar ao lado de Lucas, mas a ideia de um relacionamento aberto o intrigava. Seria capaz de compartilhar o coração do outro?
"Eu não sei, Lucas", ele finalmente respondeu, em voz baixa. "É tudo tão novo para mim. Pensei que estávamos começando algo juntos, e agora você fala de liberdade. Isso me deixa um pouco inseguro."
Lucas deu um passo para mais perto, seus olhos penetrando nos de Gabriel. "Isso é normal. Eu também tenho medo, mas a vida é curta demais para não ser vivida de forma plena. E quero que você saiba, ainda que eu me apaixone frequentemente, o que sinto por você é especial. Você não é uma gaiola, e nunca seria."
Gabriel respirou fundo. "Eu preciso de tempo para pensar sobre isso", disse, hesitante, mas sentindo uma faísca de esperança. "Mas, para ser sincero, a ideia de você se apaixonar por outros me machuca um pouco."
"É um processo", Lucas brilhante, um sorriso suave, quase como um meio-termo. "Não quero criar barreiras; quero que a gente explore isso juntos, com honestidade. Podemos ir devagar."
Enquanto os dois se sentavam na grama, compartilhando risadas e confidências, o ar ao redor deles parecia vibrar com possibilidades. A insegurança ainda estava presente, mas havia algo de mágico naquele momento. Naquela tarde ensolarada, no pequeno parque da cidade, as asas da liberdade planejava mais níveis, e os dois garotos, em sua busca por amor e autoconhecimento, estavam prontos para explorar um novo caminho — um caminho que poderia, quem sabe, levá-los a lugares que nunca imaginaram.