Surpresas Noturnas
Era um dia comum no trabalho, cercado pelo som familiar do teclado e as conversas distantes dos colegas. O ritmo da rotina era previsível até que, de repente, FV apareceu. Ele se aproximou com um ar de ousadia, e a atmosfera mudou instantaneamente. O hálito de cerveja entregava suas horas de diversão, e os olhos baixos, quase sonolentos, revelavam um mistério que ainda estava por decifrar.
Sem hesitar, ele fez o que muitos poderiam considerar um ato arriscado. “Estou afim de você”, disse, lançando-me uma declaração direta. Um turbilhão de perguntas invadiu minha mente. Por que eu? Havia tantas mulheres bonitas ao seu redor, e, mesmo assim, ele estava ali, se dirigindo a mim. Essa dúvida pairava no ar, mas naquele instante, foi ofuscada pela sua presença.
Após cumprimentá-lo e realizar a tarefa que ele havia solicitado, FV partiu, acompanhado de um amigo. A ausência dele foi breve, mas, em questão de horas, ele retornou, como se estivesse atraído por um ímã invisível. Eu estava sentada em frente ao computador, perdida nas redes sociais, quando o vi se aproximar novamente. O mundo ao nosso redor parecia desvanecer, e antes que eu pudesse processar o que estava acontecendo, seus lábios encontraram os meus.
Foi um beijo roubado, inesperado e mágico, que se fixou na minha memória como um momento indelével. A sensação de seus lábios, a mistura de adrenalina e surpresa, tornaram aquele instante único. Ao término do beijo, as palavras escaparam de mim, quase involuntariamente: “Por que eu?”. Ele sorriu e respondeu com um tom enigmático: “Porque sim”.
A simplicidade da resposta apenas aguçou minha curiosidade. Era um mistério que me envolvia e que eu queria desvendar. Logo, ele percebeu que eu estava com a página do bate-papo aberta e, antes de partir, adicionou-se para que pudéssemos continuar a conversa online. A expectativa de uma nova mensagem pairava no ar, eletrificando o ambiente.
Naquela noite, após o expediente, ele não demorou a me chamar. “Me passa seu número, quero te ligar mais tarde”, pediu, e eu, animada, o fiz. Às 22h, o telefone tocou, e, subindo a adrenalina, saí para a calçada. Era preciso manter as conversas longe dos olhares curiosos e perguntas desnecessárias de quem poderia ouvir.
Assim, sob a luz suave da lua e com o cheiro da noite fresca, a conversa fluiu. Entre risadas e olhares cúmplices, iniciava-se um capítulo novo e inesperado na minha vida, onde cada surpresa noturna prometia revelar mais do que eu poderia imaginar. A conexão que começava a se formar era intensa, e eu sabia que estava apenas começando a desvendar os segredos que essa história ainda guardava.