Boneca inanimada
Entre um sorriso e outro acaricia com leve passar de mão no lençol estendido na cama fria, as figuras imaginarias de um berço que balança seu pequenino recém-nascido. Numa vasta região ondulada e opaca os moveis daquele quarto é transformado em peças antigas de um tempo distante que congelou os acontecimentos. Diz quase sussurrando: “Dorme meu anjo a mamãe está aqui” ....... Pelo retângulo de vidro da janela, o marido vê esta sena sente escorrer pela face um líquido quente nem percebeu que as horas de visita já se esgotaram e tem de voltar para sua casa que contia vazia. Entende porque o doutor não deu alta, ela ainda sofre a perda e não consegue admitir que tudo foi uma casualidade da natureza. Nesse mundo de fantasia canaliza os sonhos no plano da realidade, e vive desfilando nas ondas imaginárias dando vida aos objetos inanimados.