Feijãozinho e o pÉ dE jOãO (um conto de estradas)

Ela é era uma moça bem baixinha.

Pilotava uma veloz motoca.

Entregava almoço de “quentinha”.

Desafiava trilhas com aquela engenhoca.

Não dava moleza com marmanjo,

Vencia disputa de bairro em esporte.

No pescoço, amuleto de um protetor arcanjo.

E quem a xavecasse levava um “corte”.

Um dia, participava ela de veloz competição

Quando um dos concorrentes caiu com a moto.

Feijãozinho (a referida donzela) não teve hesitação,

Reconhecendo que era o João (um monge devoto).

No bairro e naquela pequena cidade,

Ninguém parou de lembrar dessa ocasião.

Quando Feijãozinho que era só felicidade

Ficou triste, vendo o machucado do João.

Feijãozinho tirou licença da atividade

Para ajudar o monge na recuperação.

E o monge, encantado com tanta humildade,

Sentiu algo diferente no coração.

O monge descobriu que era outra a sua sina,

Pois a moça cuidou até do seu pé na fisioterapia.

Feijãozinho se apaixonou, mas respeitou aquela batina

Afastando-se do moço, não sentia mais alegria.

Mas o monge João não demorou, nem um pouco,

Resolvendo desistir de sua antiga vocação.

Pois sentia que do contrário ficaria louco.

Causou-se com Feijãozinho, de pé e coração.

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Da coleção zezediozoniana: “De pé para o amor”