Quando as comportas se fecham

A muito não vejo a cachoeira que banhava quando menino, mesmo no inverno deixava de lado a bolsa da escola saltava do penhasco no embalo da energia daquele surgimento do primeiro amor. A variação térmica que ocorria mostrava uma sensibilidade de uma água morna quando mergulhava nas ondas profundas daquele riacho, mas o fluxo maior era ser fotografado pela retina de seus olhos lá de cima agarrada no corrimão da ponte. Foi assim que abriste as comportas e irrigou as veredas desse menino sonhador que se transformou e passou de jovem a adulto, e hoje vive nesse semideserto sabendo que impossível você voltar já que pra onde foste não tem caminho para retorno .

Jova
Enviado por Jova em 19/08/2024
Reeditado em 19/08/2024
Código do texto: T8132430
Classificação de conteúdo: seguro