Casa

Dessa vez, surgiu de carro, com seu Fusca azul celeste reluzente parado na ruazinha de pedras. Era manhã de carnaval, as ruas repletas de Pierrôs, Colombinas, palhaços e piratas, gente sem roupa, cobertos de brilho e serpentinas. O clima de festa aumentava ainda mais o seu estado de euforia. De frente para sua janela, não adepto as convenções de dirigir-se a recepção e pedir para chama-la, buzinou, gritou por seu nome e de braços abertos sorria.

— Mariana, meu amor, venha ser feliz comigo!

Ela então desceu seis lances de escada correndo feito criança, o coração aos pulos, sentindo a felicidade pulsar em suas veias. Inebriada pelo momento, em meio aos foliões, papel picado, confetes, serpentinas e cheiro de perfume, saltou nos braços de Antônio e o beijou como jamais havia beijado outro homem e, finalmente, sentiu-se em casa.

Luiz RRosa
Enviado por Luiz RRosa em 11/08/2024
Código do texto: T8126319
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