A FALTA
Havia chegado ao posto mais alto da empresa. Galgara todos os níveis hierárquicos para atingir seu maior objetivo: a presidência da corporação. Era admirada pelas colegas de trabalho, desde as faxineiras até as chefes de departamento. Viam nela uma heroína, um exemplo a ser seguido por todas as mulheres.
Era realizada profissionalmente, dinâmica e independente. Mas, no fundo, não era feliz. Sentia a necessidade desesperada de alguém para compartilhar as conquistas, os sucessos alcançados. Inexistia aquela companhia masculina para que pudesse contar também nos momentos mais dificultosos.
Sempre, desde a juventude, traçou ela mesma, seus planos e seus objetivos. Sempre tomara as rédeas de seu destino. Seus namorados se sentiam preteridos e por causa de sua constante preocupação com o trabalho, acabavam indo embora.
Ela estava só: e quanto mais progredia em sua carreira, cada vez menos homens se aproximavam dela. Seria medo? Seria raiva? De fato, não sabia.
Sentia que a solidão lhe abraçava mais e mais. Porém, ainda continua a sua busca, tentando encontrar este homem, o companheiro que a faria realmente feliz. Pois, apesar de tudo, de ser a mulher mais importante em sua área empresarial e ser uma referência feminina brasileira, ela ainda sente falta do mais importante, o qual nenhum ser humano pode viver sem ou dispensar: o amor.
2002