CLARA LUZ[amor alem da aparência]

Nasceu linda , clara como a luz do sol, olhos brilhantes

como dois diamantes preciosos, herdara da mãe que também era bela.

deram-lhe o nome de Clara Luz por irradiar luz onde passava

Chamava atenção por tanta beleza.

Família classe media alta, filha única, amada por todos à sua volta, era o orgulho de toda família.

Crescia linda, saudável inteligente e feliz até aquele fatídico dia, que

estava vindo de uma viagem com seus pais quando o carro capotou e no acidente

eles morreram, e ela escapou milagrosamente mas com rosto deformado .

Sua avó materna ficou com a guarda da menina e fez de tudo para que tivesse uma vida

saudável apesar de tudo.

Foram feitas várias cirurgias que não resolveram muito

e ela foi crescendo, e e agora já não chamava mais atenção pela beleza mas pela deformação do rosto.

Era muito culta agora já na fase adulta

Fazia tudo que era curso, já que não saía muito pela sua deformidade,

não queria ser alvo de pena e de curiosidade

Quando criança vivia afastada porque as crianças ficavam curiosas com sua imagem

e queriam saber porque ela ''era assim diferente'' então se isolava no seu mundo particular

Pintava, bordava, tocava vários instrumentos exceto piano

chegou a pandemia e se sentiu muito bem usando máscara,

voltando a chamar atenção pelos belos olhos de esmeralda

quem via aqueles olhos lindos não sabia o que tinha por trás da máscara e isso a deixava confortável.

Um dia durante a pandemia resolveu mudar de cidade, para um lugarzinho agradável, pitoresco de construções antigas

e um dia observou que na sua rua passava sempre um jovem de porte bonito, cabelos lisos e negros, mas não sabia como era seu rosto já que também usava máscara, e quando a via a cumprimentava educadamente.

Todos os dias vigiava a hora que passava para ficar observando, sentia uma atração imensa por aquele moço mascarado

Um dia ao conversar com a vizinha[que nunca vira seu rosto] resolveu sutilmente saber quem era e descobriu que era professor de piano e dava aulas particulares e seu nome era Eduardo. Não pensou duas vezes, uma força maior a impeliu a ir fazer a matrícula para aprender tocar piano.

Entrou na academia e bateu na porta de sua sala, ele levantou os olhos ...[e que olhos, de um negro profundo]

falou para entrar como se já soubesse que viria. A voz era tão suave que fora com se ela ouvisse o mais melodioso cântico de sua vida.

Explicou que queria aprender piano e ele falou que poderia vir dia seguinte, qualquer horário porque como chegara ali a pouco tempo ainda não tinha outros alunos, ela seria a primeira.

Acertou tudo, preços, horários e aquela noite ela não dormiu de tão ansiosa que raiasse o dia.

Amanheceu, ela pôs sua roupa mais bonita, passou um delineador para realçar os olhos, colocou um perfume suave e foi...

Ele abriu a porta com um sorrizão e ela achou que estava delirando ao perceber que também havia um interesse nos olhos dele, mas devia ser apenas impressão, também ela nada sabia da vida dele, se era casado, se tinha alguém mas preferiu viajar na fantasia e acreditar que era o seu príncipe que veio para desvirginar seus lábios que nunca foram beijados.

E as aulas iam acontecendo ele muito impressionado com a rapidez com que ela aprendia tudo e a amizade foi se estreitando

e a essas alturas ela já sabia que ele era solteiro, que tinha vindo para essa cidade para fugir de um casamento arranjado[ou desejado]pelos pais, que também era de classe média e era médico cirurgião mais pelo desejo de seus pais[ que também eram médicos do que por vocação, e que largou tudo para ser musicista, sua verdadeira paixão.

Tempo foi passando e os dois cada vez mais próximos mas não se viam sem máscaras e ela ficava a imaginar porque será que ele nunca tinha curiosidade de ver seu rosto já que agora ela sentia seus suspiros quando se aproximava e tocava suas mãos para ensinar alguma nota o que teria por trás, será que ele também não teria alguma cicatriz, até torcia por isso

Um dia ele falou se ela poderia vir a tardinha que atrás da academia o crepúsculo era encantador e ela ficou a imaginar se ele finalmente queria vê-la, a cada pensamento desses o coração pulava

Chegou no horário combinado e os dois saíram para ver o arrebol, ficaram sentados a margem de um laguinho que havia, o sol se pondo a visão era paradisíaca, o cheiro das flores se misturavam ao seu perfume e a magia convidava ao amor. Ele tocou sutilmente sua mão e ela aproveitou e segurou a dele firme, ficaram vendo o sol se esconder de mãos dadas. Escureceu e voltaram para casa, ela meio constrangida e frustrada foi embora imaginando mil coisas porque não acontecera sequer um abraço .Repulsa por ela não podia ser ja que ele nunca vira seu rosto e seu corpo era bonito, bem delineado

Aquela noite ela não dormiu, rolou na cama a noite inteira ardendo de desejo, e frustração.

Amanheceu com febre emocional e não foi a aula, ele nem procurou saber porque ela não foi?? Dia seguinte ela também não foi, queria acabar com aquela tortura até porque ele não estava nem aí, já que nem uma mensagem sobre o porquê da ausência...

Terceiro dia ela teve um pensamento absurdo , ou não seria tão absurdo assim?

pronto, descobriu, ele era gay e com essa ideia na cabeça foi a aula.

Quando bateu levemente na porta ele falou para entrar com olhos iluminados que ela chegou a sonhar que ficara feliz em vê-la. ''O que aconteceu?'- perguntou ele--'', estava muito preocupado mas não quis ser inconveniente, Fiz alguma coisa que a magoou?''

respondeu que não, que estava doente e ele falou , poxa, se soubesse teria ido lá, porque não ligou, ela timidamente falou que não quis incomodar. Achava curioso que ele já falara de sua vida, da profissão, dos seus pais mas nunca se interessou em saber da sua., terminou a aula, se dirigiu a porta para ir embora e num rompante se virou para ele e perguntou

se queria jantar na sua casa, era agora sua ultima cartada, se mostraria como era.

Ele aceitou sem pestanejar e marcaram para o dia seguinte ela foi para casa num misto de felicidade e terror mas tinha que acabar com essa tortura de vez, era o fim ou inicio de algo bom

Não conseguiu dormir, estava muito ansiosa. Levantou cedo, foi ao shopping comprou um vestido lindo que realçava suas belas curvas.

Já em casa olhava o relógio a todo momento, as horas pareciam séculos, finalmente a tarde chegou e foi ela mesma preparar o jantar, tudo pronto, um vinho, uma musica e um perfume suaves e o coração palpitando, a boca seca .

Se olhou mil vezes no espelho imaginado o quão seria o susto quando a visse mas precisava arriscar,

do jeito que estava era que não podia continuar, hoje as verdades seria postas à mesa, se ele fosse gay também saberia.

Chegou pontualmente como o cavalheiro que era.

Trouxe flores, beijou seu rosto, usava um perfume delicioso, provocante, elogiou seu apartamento, o cheiro da comida e finalmente aproximou seu rosto e falou baixinho no seu ouvido, ''você esta linda, vamos dançar? pegou a pela cintura e dançaram coladinhos umas duas musicas quando ela disse, vamos tomar um vinho e se soltou vagarosamente como se quisesse retardar aquele momento e eternizá-lo.

Ele abriu o vinho lentamente, encheu as taças e...- olhando a profundamente falou quase como uma ordem ''tire a máscara, vamos brindar, quero beijá-la depois do brinde'', ela tremeu da cabeça aos pés e falou'' você primeiro e ele foi tirando devagar como se fizesse um strip-tease. e ela ansiosa e torcendo loucamente para que também tivesse alguma cicatriz, algum defeito, porque isso não importaria, ela o amaria, fosse como fosse. Finalmente a máscara dele caiu e ela quase desfalece ao vê-lo=, era lindo como um príncipe, boca bem desenhada, carnuda, sensual, uma visão inesquecível.

Ela sentou, pôs as mãos no rosto e começou a chorar compulsivamente e ele ordenou ''vamos, pare de chorar, tire essa mascara, quero beijá-la, ''como ela não obedeceu ele retirou a mascara e a olhou naturalmente sem nenhum espanto, a beijou apaixonadamente, ela sem acreditar ainda em tanta felicidade, questionou se ele não sentira repulsa pelo seu rosto e...''tolinha, eu sei quem você é, vim pra essa cidade para te encontrar, acompanhei toda sua historia e conheço seu rosto, as aulas de piano foram um pretexto para me aproximar de você, mas esperei seu tempo para não fugir de mim., te amo desde sempre''

Casaram-se e ela aceitou fazer uma última cirurgia com o agora então marido que a deixou quase perfeita.

Acabou a pandemia e ela finalmente pode andar linda e feliz sem máscara de mãos dadas com Eduardo, os dois

são muito felizes.

__Essa é a história de um amor que amou além da aparência física. Amor de almas--