ALVÍSSARAS

Estava visitando um parente quando percebeu que ele estava por lá, passando uns dias. Não pensava que seu coração fosse bater tão forte. Queria fugir, mas deu de cara com ele. Ambos, um pouco sem jeito, se cumprimentaram, e seguiram em direção oposta, ele tomou a iniciativa e fez um afago em seus cabelos. Ela achou estranho e foi andando até o canto da sala. Ele mais distante olhava pra ela com um olhar carinhoso e um sorriso matreiro.

Logo arranjaram um jeito de se comunicarem: “Já se passaram sete meses e não consigo te esquecer, mas sempre com raiva, remorso e vontade de voltar. Foi tão duro e arrogante! Não podia imaginar que tivesse carinho e desejo por mim”.

“É que representava o tempo todo, tinha medo de me envolver com uma pessoa de geração tão distante. Mas, não consigo te esquecer. Te quero muito.”

Parecia tudo irreal e, com jeito, pisando no chão devagarinho tentaram expressar seus sentimentos mais com carinho que com tesão. Tinham de respeitar os limites físicos, psicológicos, etários. Muitas barreiras construídas para se separarem um do outro, quando se deram conta que queriam mais que amizade. Tinham de recuperar o respeito mútuo que haviam perdido quando se separaram sem uma explicação plausível.

Sentiu seu coração repleto de ternura e o fim da ansiedade que estava sempre presente entre eles, pois represavam tudo que sentiam. Baixou uma sensação de alegria e paz provocadas por um amor genuíno.

Acordou. Era mesmo um sonho, estilo folhetim, um affaire novelesco, depois da tempestade vem a bonança afastando todos os destemperos de um caso tumultuado e estranho. Pena que a vida, só apresenta para estes possíveis amantes um caminho de pedra.

ISABELA BANDERAS
Enviado por ISABELA BANDERAS em 10/07/2024
Código do texto: T8104208
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.