Claudia e eu: Minha doce aventura de amor.
Eu vivia em estado de graça. Todos os domingos bem cedo tinha o meu futebol para jogar, e a tarde o encontro com os amigos, que era embalado por violões e canções e acompanhado por algumas taças de vinho.
Porém, para que vocês possam entender, vou contar como tudo começou desde o inicio
Tudo começou após eu ter saído de uma triste história de amor que vivi com minha amada Carmem.
Certa noite, ao abrir o portão de entrada do prédio onde eu morava, percebi que havia alguém por trás dele. Logo pude ver de quem se tratava; era uma moça que eu nunca havia visto por ali. Fiquei imaginando de onde teria saído aquela menina risonha. Digo risonha porque ao me ver... me recebeu com um lindo e contagiante sorriso; ela não tinha tanta beleza..., mas trazia um aconchegante olhar. Sua estatura era baixa; isso também me chamou a atenção, ela, mas parecia uma boneca por seu tamanho e por seu rosto bem pequenino.
Claudia era o seu nome.
A partir daquele dia, após o nosso primeiro encontro, deu-se início a uma linda amizade, e assim passamos a nos ver com frequência. O fato é que, nem eu e nem ela queria ficar muito tempo longe um do outro, passamos a sentir falta dos nossos papos e das tardes que passávamos juntos; até que sem saber como aconteceu e nem porquê...começamos a namorar, não foi nada falado...combinado ou premeditado, apenas aconteceu; foi em um de nossos passeios matinais, que ao pegar em suas mãos, olhamos um para o outro e nos beijamos.
Não sei se já existia amor entre nós dois, ou apenas atração física...só sei que nos entendíamos muito bem...nunca houve senas de ciúmes e nem discussões entre a gente, nunca brigamos. Claudia era uma menina incrível.
Nos víamos todos os dias, quando eu precisava sair para resolver algo, ficava ansioso para voltar logo e poder vê-la. Não via a hora de chegar em casa e ser recebido por ela na porta do prédio em que morávamos. Aliais eu já ia me esquecendo de dizer. Claudia era sobrinha de uma amiga de minha mãe, que também morava no mesmo local que eu. Mas tarde descobri isso.
Após algum tempo depois que começamos a nos relacionar, as coisas entre mim e ela foram ficando mais sérias. Claudia foi criada na zona sul do Rio de janeiro no bairro de Ipanema, já eu nasci e fui criado na zona norte Ilha do governador. Só que, na época em que nos conhecemos estávamos ambos na baixada fluminense, em um bairro chamado Coelho da Rocha. Tínhamos quase os mesmos pensamentos; até porque estávamos acostumados com belos lugares e lindas praias, digo isso porque como falei antes, eu nasci em uma ilha rodeada de belas praias...e Claudia por sua vez sempre frequentou um dos bairros com praias também maravilhosas, e que na época era um dos mais disputados do Rio de Janeiro. Só havia uma coisa em que divergíamos; eu tinha em mente buscar meu progresso financeiro através do trabalho, e depositava minha fé nisso, porém, Claudia por sua vez tinha como base os estudos, ela achava que só assim íamos poder construir um futuro melhor, eu até entendia e aceitava sua posição, mas meus planos eram outros, eu achava que trabalhando e guardando um bom dinheiro eu poderia comprar imóveis, alugar e viver desses investimentos, ela não aceitava essa minha ideia; e foi justamente nessa parte que começamos a nos desentender, claro que sem brigas.
Quanto a mim, eu sempre batia na mesma tecla, eu acreditava que com trabalho tudo poderia ser adquirido, eu sabia que daria certo, estava disposto a me esforçar para que tudo pudesse acontecer logo; eu estava convicto de que poderia com muito empenho conquistar minha casa, um carro e tudo mais, mas Claudia não pensava assim; essa era a razão de nossa única discórdia. Não concordávamos nessa questão, mas sempre respeitamos o pensar de um e do outro. O fato é que isso não foi o bastante para que ficássemos juntos; e sem ter uma despedida decidimos que seria melhor terminar aquela relação, e assim foi feito, cada um seguiu seu caminho. Depois de passados algum tempo, tive notícias de Claudia, ela havia se casado, fiquei sabendo disso através de Paulo seu primo, e entre uma conversa e outra que tive com ele...lhe falei qual foi o verdadeiro motivo pelo qual eu e Claudia terminamos o relacionamento; contei-lhe que ela naquela época quase que me impôs uma condição, a de que, o nosso namoro só continuaria se eu voltasse a estudar, falei a ele dos meus planos, e quais eram as minhas ideias, ele não quis se posicionar a respeito disso, até entendi, pois sendo primo de Claudia e meu amigo, ele não podia escolher um lado e nem dar opinião
Nunca questionei a razão pela qual Claudia se posicionava dessa forma, eu entendia sua preocupação, e sabia que estudar era muito importante sim: mas eu tinha outros planos para minha vida; tudo já estava planejado em minha cabeça, que seria o seguinte, com meus esforços e juntando algum dinheiro, progredir financeiramente.
Voltemos agora ao papo que eu estava narrando, e que tive com Paulo o primo de Claudia.
Outras coisas fiquei sabendo com a conversa que tive com Paulo. Além de me dizer que Claudia havia se casado, ele também me contou que o marido dela era um cara formado em faculdades, e que tinha muito estudo e formações acadêmicas, mas que até aquele momento eles praticamente não tinham aonde morar, e que após o casamento passaram a viver na casa da mãe do rapaz, mas com a promessa vinda da parte dele de que aquela situação seria provisória, e que logo eles teriam uma casinha só deles dois, mas isso não aconteceu...estamos em 2024, e até hoje eles vivem no mesmo lugar, que é, na casa da mãe do rapaz, que já se encontra falecida, e tendo eles que dividir o espaço com um dos filhos dela que ficou solteirão, que não trabalha e ainda bebe muito. Após ouvir tudo isso fiquei pensando como a vida se mostra de várias formas pra gente, estudar é bom, é importante sim ter estudo, porém se deve conciliar os estudos com nossos esforços também, tentar crescer de todas as formas, dês de que elas sejam praticadas corretamente e com sabedoria.
Quanto a mim, é claro que eu tinha boa escolaridade, não tanto quanto Claudia pretendia que eu tivesse, mas tinha alguma; eu só não trazia no meu currículo cursos universitários, mas ainda assim eu consegui ter tudo o que ela queria ter e que não teve com seu marido. Através do meu trabalho adquiri casa, dinheiro para comprar carro e condições para que pudéssemos viver bem, se caso tivéssemos casado.
Na época Claudia preferiu optar por alguém que fosse o mais certo para ela, não tiro sua razão, temos sempre que escolher o melhor para nós. Mas hoje aqui contando essa história... confesso que em meus pensamentos ronda a ideia de que ela vivia ao lado de um bom rapaz com muito saber, mas que não estava feliz. Claro que tudo isso são apenas pensamentos meus, não falei nada disso a Paulo, seu primo.
Peço agora aos leitores que se unam a mim, para juntos tentar resumir tudo que narrei acima.
Vamos lá. Fico aqui pensando, se caso o primo de Claudia lhe falou das conversas que tivemos; penso que ao ouvir, com certeza Claudia ficou muito pensativa.
Essa é a minha história e a de Claudia, não sei se ela um dia vai contá-la para alguém, ou se lembrara do que vivemos, mas o fato é que tudo foi verdadeiro e vivido por nós dois, e hoje por mim está sendo contada sem culpas e sem apontar culpados.
Igor Rodrigues Santos