O COLAR

O esbarrão deu-se numa Feira de Periferia da cidade.Distraída caminhava entre as barracas quando se chocou com um rapaz que vinha com o ´pensamento longe da feira. Com o choque o Colar caiu no chão. Surpreso o rapaz viu o objeto e disse: “mas fui eu que fiz esta bijuteria”! Ambos, surpresos se olharam. Eram eles mesmo? Depois de cinco anos que não sabiam um do outro... Acaso ou destino? Não se esqueceram. Ainda restava um pouco de mágoa, e quando resta mágoa é porque algum sentimento unia os dois.

Ela um pouco emocionada e assustada se agachou e pegou o colar. Ambos se olharam e não resistiram ao abraço. Flash de alegria! Ela mostrou o colar que ganhou dele em um passado remoto. “Olha só, está conservado! É a lembrança que tenho dos velhos tempos”. O rapaz a olhou com ternura: “eu vou consertar pra você”. Mostrou a fita azul que sustentava as contas do colar e que estava em frangalhos. “Confie em mim, não vou mais desaparecer sem dar explicação”.

Prontamente a moça respondeu: “Tá certo. Eu vou confiar em você, com a condição de ter de volta o colar. Nada de cambalacho, hem? Não podemos nos encontrar de cinco em cinco anos. Nossos endereços são os mesmos. Chega de trapacear com os sentimentos”.

Tinham trabalho esperando por eles, carinhosos, despediram-se com novo abraço. Saíram em direção oposta. Porém, em sincronia, se lembraram de Sem Trapaça, com Luiz Melodia e cantarolaram em off : “Tudo é fantasia / Quem sabia da morte da trapaça de não ser/ Pressentia/ Amar-te é a maior sorte de se ter”.

ISABELA BANDERAS
Enviado por ISABELA BANDERAS em 24/06/2024
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