Dante,o poeta da noite

Em uma cidade onde as luzes da noite brilhavam como estrelas caídas, vivia um poeta chamado Dante Alvorada. Ele era uma figura constante nos bares e cafés que se acendiam após o pôr do sol. Com sua camisa de linho branca, cachecol ornando o pescoço, jaqueta de veludo, calça de sarja, chapéu quebrado, óculos redondos, sapatos de couro e um longo, sobretudo preto, Dante Alvorada caminhava pelas ruas desertas e silenciosas, sempre elegante e introspectivo.

Dante Alvorada havia se apaixonado pela noite após a perda de seu grande amor, Luna Belmonte, uma cantora noturna de beleza etérea. Luna cantava boleros com uma voz que parecia roubar pedaços da alma de quem a ouvisse. Suas canções eram suaves, mas carregadas de emoção, e Dante se via cativado não apenas pela sua voz, mas pelo mistério que ela carregava. Luna era uma mulher de presença marcante, uma verdadeira diva da noite. Seu nome e sua elegância é tão atemporal quanto sua voz sedutora. Com cabelos cuidadosamente estilizados em cachos perfeitos que emoldurava seu rosto, ela exalava uma aura de glamour e sofisticação.

Seus olhos eram delineados de maneira impecável, acentuando seu olhar hipnotizante, enquanto seus lábios eram adornados com um batom vermelho intenso, um toque clássico que evocava o glamour dos anos dourados. Suas unhas estavam sempre impecáveis, com esmaltes vermelhos ou tons escuros que complementava sua elegância eterna.

Luna vestia- se com graça e estilo, optando por vestidos longos e fluidos que destacava sua silhueta graciosa. Seu vestido dos anos 50, tinha estampas poá, florais delicados, era um vestido luxuoso, como veludo e seda. Seus acessórios eram escolhidos com cuidado, desde suas pérolas clássicas até suas luvas de renda que adicionam um toque de sofisticação vintage ao seu visual.

Nos pés, completando seu look sandálias de tiras finas que a faziam parecer que estva flutuando pelo salão. Sua postura era graciosa e majestosa, e ela se movia com uma elegância inigualável, cativando a todos com sua presença magnética.

Luna era mais do que uma cantora da noite, era uma verdadeira musa, uma figura icônica que personificava o glamour e o charme dos anos 50

Eles se conheceram em um dos bares mais antigos da cidade. Dante enviava versos de amor para Luna, deslizando bilhetes sob o seu copo de vinho enquanto ela cantava no palco. As palavras dele dançavam nas melodias dela, criando uma harmonia única que atraía a atenção de todos, mas que era compreendida plenamente apenas por eles dois.

No entanto, o destino foi cruel. Luna adoeceu repentinamente e, apesar de todas as tentativas de cura, não resistiu. Dante sentiu seu mundo desmoronar. A noite, que antes era uma amante, tornou-se um refúgio para sua dor. Ele vagava pelas ruas, escrevendo poemas que nunca eram lidos, enviando versos de amor para mulheres que nunca poderiam substituir seu verdadeiro amor.

Por anos, Dante Alvorada viveu assim, um fantasma elegante e solitário, até que um dia, em um café iluminado por luzes amarelas tênues, conheceu Stella Noire uma poetisa que também tinha perdido o seu grande amor em um briga de bar

Era uma mulher de sorriso gentil e olhos que refletiam a mesma dor e esperança que ele sentia. e assim como ele encontrava consolo nas noites solitárias da cidade. Stella era uma mulher mais clássica, Stella vestia-se com refinamento e simplicidade, optando por peças clássicas que resistem ao teste do tempo, blusas de seda, calças de alfaiataria e vestidos midi elegantes. Ela preferia cores neutras e suaves, como preto, branco, cinza e azul-marinho, que complementavam sua beleza natural.

Seus acessórios eram escolhidos com parcimônia, desde seus brincos de pérola até seu relógio de pulso prateadol. Ela preferia bolsas estruturadas e clássicas, que eram tanto funcionais quanto elegantes. Seus sapatos eram confortáveis e versáteis, optando por scarpins de couro ou sapatilhas de qualidade que combinavam com qualquer ocasião.

Sua postura era impecável, e ela se movia com uma graça tranquila e uma confiança inabalável. Seu estilo refletia sua personalidade equilibrada, transmitia uma sensação de calma e segurança a todos ao seu redor.

Stella e Dante começaram a se encontrar regularmente, compartilhando histórias e poesias. Ela o encorajava a escrever novamente, a colocar no papel os sentimentos que ele guardava tão profundamente. Aos poucos, Stella ajudou Dante a redescobrir a beleza da vida e do amor. Seu apoio e compreensão foram a inspiração que ele precisava para voltar a escrever os mais lindos poemas de amor.

Eles se casaram em uma cerimônia simples e festejaram aquela poética união com a lua e as estrelas como testemunhas. Dante encontrou em Stella não uma substituta para Luna, mas uma nova musa, alguém que o compreendia e que compartilhava sua paixão pela poesia e pela noite.

Juntos, eles continuaram a vagar pelas ruas desertas e silenciosas da cidade, agora não mais como almas perdidas, mas como companheiros de uma jornada eterna, unidos pelo amor e pela poesia. E assim, Dante, o poeta da noite, encontrou novamente a alegria de viver e de amar, criando versos que agora celebravam não apenas a saudade, mas a esperança e a renovação.

Alexandre Tito
Enviado por Alexandre Tito em 24/05/2024
Código do texto: T8070571
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