Uma Busca pelos Segredos de Hogwarts.
Em uma manhã envolvida em névoa, o ar estava fresco e carregado de uma atmosfera melancólica. As nuvens cinzentas se estendiam pelo céu, filtrando a luz do sol e lançando sombras suaves sobre o terreno da escola de magia. O vento soprava suavemente, fazendo com que as folhas das árvores dançassem em uma sinfonia silenciosa.
A paisagem era plácida. As águas escuras do lago refletiam o céu nublado, criando uma miragem etérea que envolvia toda a área. Salgueiros chorões, com seus galhos pendentes e folhas verdes brilhantes, pontilhavam a margem, adicionando uma aura misteriosa ao ambiente. O som suave da água batendo contra as rochas ecoava no ar, criando uma melodia reconfortante.
A grama verde e macia crescia ao redor do banco, como se convidasse os visitantes a se sentarem e contemplarem a beleza natural ao seu redor. O cheiro fresco da terra molhada pelo orvalho da manhã permeava o ar, enchendo os sentidos com uma sensação de renovação.
Sentada à beira do Lago Negro, sob a sombra acolhedora de um salgueiro chorão, estava Blair. Seus cabelos castanhos caíam em suaves ondulações ao redor do rosto enquanto ela folheava um livro antigo, cujas páginas sussurravam fatos históricos sobre o mundo trouxa.
Enquanto o vento uivava entre as árvores e a água do lago ondulava suavemente, Blair sentiu uma presença próxima. Ergueu os olhos do livro e divisou um jovem de cabelos escuros e olhos curiosos que se aproximava cautelosamente.
A garota observou enquanto ele se aproximava. O rapaz tinha um ar intrigante, como se carregasse consigo segredos do passado e mistérios do futuro. Seus olhos, profundos e intensos, refletiam a luz difusa do dia, revelando um sofrimento oculto.
— Olá. — cumprimentou uma voz suave, que ecoava no silêncio da manhã. — Espero não estar incomodando, apenas estava dando um passeio e percebi você aqui com um livro que comumente não desperta o interesse dos bruxos.
Blair sorriu gentilmente, guardando o livro ao seu lado. — Não está incomodando. É um lugar tranquilo para se estar, não é?
Ele assentiu, sentando-se ao lado dela no banco de pedra. —Sim, é realmente sereno. Me chamo Tobias.
— Blair. — Ela respondeu, estendendo a mão em cumprimento. — É um prazer conhecê-lo, Tobi. Você também se interessa pela história dos trouxas?
— É, podemos dizer que sim.
À medida que a conversa se estendia, Blair começou a perceber o desconforto nos olhares dos outros alunos que passavam pela margem do lago. Ela notou como alguns lançavam olhares de desaprovação na direção de Tobias, enquanto sussurravam entre si, criando uma clima de tensão ao redor deles.
O garoto, por sua vez, parecia resignado com a situação. Ele compartilhou com ela algumas das dificuldades que enfrentou desde que ingressou em Hogwarts, especialmente por ser o primeiro nascido trouxa a ser selecionado para a Sonserina.
Além de sua origem, seu sangue definitivamente o distinguia dos demais.
Os preconceitos e estereótipos em relação aos "sangues-ruins" era algo com que ele tinha que lidar diariamente.
Embora, a jovem empatizasse com o garoto, ela se viu envolta por uma tristeza silenciosa, ciente de que havia um abismo entre seu mundo e o dele. Ela percebeu que, por mais que desejasse, jamais poderia penetrar completamente nas profundezas da dor que ele carregava.
Blair opta por se manter em silêncio ao lado do lado do garoto, apenas apreciando sua companhia por um tempo.
— Espero encontrá-lo por aí.
Ela se levanta e caminha em direção ao castelo.
Tobias sorri.