Sorvete de morango
Saí do trabalho e fui em direção ao local combinado para nosso encontro. Meu coração palpitava e minhas pernas fraquejavam. Não havia dúvidas! Essa garota consumiu todo o meu ser. Minhas lembranças com ela grudavam na minha mente, como chiclete que não descola. Desde a manhã, eu pensava nesse encontro, imaginando que vestido ela usaria, como estaria o seu cabelo, se solto ou preso, a cor das unhas, enfim. Caminhei o mais rápido que pude e, ao me aproximar do local onde ela estava, meu coração acelerou, senti um arrepio na barriga, uma sensação única e maravilhosa! Me aproximei mais, querendo surpreendê-la, mas ela me viu antes disso. Ela abriu um sorriso tão lindo e majestoso que encheu meu coração de alegria! Ela veio ao meu encontro, me abraçou e me beijou. Linda! Maravilhosa! Essas seriam as expressões que a descreveriam! Esplêndida! Uma verdadeira obra de arte! Quem seria a própria Deusa Vênus perto dela?
— Como vai você? — Indagou ela.
— Muito bem. Mas agora estou ainda melhor. —Disse eu sorrindo.
— E você?
— Bem, bem, bem, bem! Mil vezes bem!
—Fico feliz, meu anjo. Para onde vamos agora?
— Para onde você quer ir?
— Por mim, poderíamos ir naquela sorveteria que não deu certo irmos naquele dia.
— Então vamos lá.
Seguimos em direção à avenida principal, em seguida dobramos a primeira rua à direita e seguimos em frente. A sorveteria em que íamos estava localizada no final da rua. Durante o caminho, continuamos conversando sem parar! Era tão agradável ouvi-la falar! Tão encantadora! Isso fez com que eu desejasse que aquele momento nunca terminasse. Chegamos à sorveteria, a moça que nos atendeu estava pintando sobre uma tela o que parecia ser uma paisagem de algum lugar; um canal, com vegetação ao redor e algumas flores. Muito bonito!
—Boa tarde! Pois não?
— Boa tarde! — Respondi. —Eu quero um sorvete de pavê. E você, meu bem? —Perguntei a ela.
— Você gosta muito de pa-vê. —Brincou ela. E rimos.
"Disse eu: 'E você, de morango.' E rimos ainda mais. Enquanto a mulher do balcão nos observava e aguardava a escolha do sabor do sorvete.
'Vou querer de morango...'
'Certo.'
Pegamos o sorvete e saímos. No início, ela insistiu em pagar o seu sorvete, mas fui ainda mais teimoso e acabei pagando pelos dois. Planejava levá-la até em casa, e era exatamente isso que faria. Fomos em direção à sua casa, escolhemos um caminho mais longo para demorarmos mais a chegar e passarmos mais tempo juntos. Chegamos na esquina de sua casa. Meu coração apertou.
'Está entregue.'
'Obrigado, cavaleiro. Até segunda.' E me deu um beijo no rosto, deixando-me maravilhado.
'Eu te amo, princesa.'
'E eu a você, gatinho. Tchauuuuu.' Despediu-se e foi embora.
'Tchauuuuuu.'
Fiquei olhando-a até chegar na porta de sua casa. Quando chegou, abriu a porta e entrou, virando as costas para fechá-la. Viu-me através da janela da porta. Acenou pra mim e soltou um beijo.
Partir pra casa transbordando de alegria, " como eu a amo!", pensava comigo mesmo ao longo do caminho.