Amor tóxico

Era uma vez, numa cidade cinza e silenciosa, onde os suspiros pesavam como neblina noturna, que Clara conheceu Tom. Seus olhos se encontraram em meio à monotonia da rotina, e o que começou como um conto de encanto logo se tornou uma narrativa de sombras.

Tom, envolto em mistério, era como um veneno que se infiltrava nos pensamentos de Clara. Seu amor, embora ardente, era como uma chama que queimava além do controle. No início, cada palavra dele era um feitiço que a seduzia, mas, aos poucos, as palavras se transformaram em correntes, aprisionando-a.

As promessas de amor eterno se tornaram demandas sufocantes. A possessividade de Tom transformou o conto em um labirinto de controle. Clara, inicialmente cega pela paixão, começou a enxergar as linhas tortuosas desse relacionamento venenoso.

As lágrimas de Clara, muitas vezes escondidas nas sombras, eram como gotas de realidade que caíam, dissolvendo a ilusão do conto de fadas. No coração da escuridão, ela encontrou a coragem para virar a página, deixando para trás o capítulo tóxico de seu conto de amor.

E assim, Clara aprendeu que nem todos os contos têm finais felizes, mas cada desfecho carrega consigo a promessa de um novo começo.

Diego Schmidt Concado