O CASAMENTO
Francisco de Paula Melo Aguiar
Era uma vez um industrial namorado de uma linda jovem mais plebeia do que rica, bonita e filha de um casal modesto na várzea do rio Samuraguai, lá pela metade da década de 30 do século XX, que entre idas e vindas, o namorico começava e acabava, foi assim durante muito tempo.
Até que enfim, o namoro acabou entre ambos.
Assim com o andar da carruagem, a linda jovem arranjou um namorado modesto, porém, honrado. Em menos de um ano, os proclamas ou banhos foram corridos na matriz católica e o dia do casamento marcado.
No dia do casamento na matriz da cidade, cheia de convidados, de parentes dos noivos presentes, camumbembes e aderentes, grande era a curiosidade que o casamento fosse logo realizado porque queriam comer e beber de graça na festa programada.
Ato continuo chegou o padre que iria celebrar o casamento, quando este "cochichou" ao ouvido da noiva e ninguém sabe lá o que, quando está vestida de branco, com véu e capela, levantou-se e andou até a porta ao lado da matriz e entrou num carro ali parado e foi embora sem dar satisfação ao vigário, aos familiares, aos convidados e muito menos ao noivo que abandonou no altar.
E assim sendo, passados uns dias, na mesma igreja matriz, cidade e vigário, foi realizado com todas as pompas o casamento da distinta jovem senhorita com o ilustre agroindustrial, cujo casamento durou até a morte separar, tiveram filhos e foram felizes para sempre.