Sugeri ao meu marido um casamento aberto
O que me traz aqui hoje foi uma grande amiga, ela contou sobre esse autor que estava reunindo contos e histórias reais de pessoas, sobre seus relacionamentos e como suas atitudes mudaram o rumo de suas vidas, então após muito pensar resolvi enviar esse texto. Para mim serve como desabafo, ou um encerramento.
Usarei nomes fictícios para proteger os envolvidos. Então senta que lá vem história...
Me chamo Solange, trinta anos, casaca a seis anos com Miguel, trinta e cinco anos. Nos conhecemos na faculdade, nos apaixonamos logo de cara e cerca de um ano depois já estávamos casados. Nossa vida era boa, ambos trabalhávamos, empregos estáveis e bem remunerados. Quase não brigávamos, nossa vida sexual era ótima, conversávamos sobre tudo erámos realmente companheiros.
Tudo corria absolutamente bem. Então apareceu uma oportunidade de emprego com salário melhor, para mim. Prontamente aceite. Nesse novo emprego fiz novas amizades, com três meninas mais novas e solteiras e com uma mulher madura, mais velha que eu, casada.
Com a possar do tempo nos tornamos amigas, conversávamos sobre tudo e sempre ouvia as conversas delas sobre as noitadas, principalmente aos finais de semana. Como ficavam com vários homens maravilhosos, como se divertiam até mesmo suas aventuras sexuais.
Nunca fui namoradeira, antes de meu marido tive apenas um namorado. As meninas quando souberam disso ficaram espantadas, diziam que eu casei muito nova, que tive poucas experiencias, que deveria ter experimentado mais a vida antes de casar. Confesso que aquilo mexeu comigo, me questionei se realmente havia casado muito cedo, se deveria ter experimentado outros homens antes de casar.
Toda vez que as ouvia contar suas noitadas sentia uma pontadinha de inveja. O que mais me chamava a atenção era que até mesmo a senhora casada, Norma era o nome dela, as acompanhava. Confesso que ficava intrigada com isso, então um dia perguntei para ela.
- Norma, sem querer ser intrometida já sendo... Eu sempre ouço você contar sobre suas aventuras com as meninas. Elas eu até entendo, são solteiras, não tem compromisso, mas você não é casada? O seu marido não liga das suas “aventuras”?
Ela me olha sorrindo.
- Solange meu amor, sou muito bem casada, a vinte anos. Amo meu marido. Mas após dez anos de casada descobri uma pulada de cerca dele. Mas eu sabia que o amava e ao invés de acabar com nosso casamento, um dia cheguei para ele e disse que queria abrir nosso casamento e não tenho dúvida que foi a melhor coisa que já fiz na vida.
Fiquei realmente curiosa.
- Abrir o casamento? Como assim?
- Poderíamos encontrar outras pessoas para transar, sem compromisso, só diversão, mas para isso estabeleci algumas regras.
- Regras?
- Sim. Não poderíamos sair mais de uma vez com a mesma pessoa. Não pode ser conhecido. Não poderíamos nos envolver emocionalmente. Sempre avisaríamos o outro onde iríamos e quando voltaríamos. Nunca faríamos nada sem o conhecimento do outro.
- Nossa, e funciona?
- Nunca fomos tão felizes. Mas acredite, essa vida não é para qualquer um. Não são todos os casais que estão prontos para esse tipo de vida. Você tem que se conhecer muito bem, ser muito seguro de si, ser responsável e saber diferenciar sexo de amor.
Fiquei pensativa.
- Acredito que meu marido nunca aceitaria isso.
Norma me olha sorrindo.
- Convença ele?
- Ele é bem seguro de suas convicções, acho que não daria.
- Você já ouviu falar da Janela de Overton?
- Janela de quem? O que é isso?
- A Janela de Overton, ou Janela do Discurso, descreve o grau de aceitabilidade de uma ideia. Os assuntos podem se deslocar entre um extremo, absolutamente contrário, para outro, absolutamente favorável. Os políticos e marqueteiros a utilizam para mudar a opinião do povo.
- Não entendi.
- Deixa eu simplificar. Tem um site que tem uma explicação bem boa sobre o tema, Brasilparalelo é o nome. Vou dar um exemplo.
“Vamos pegar um tema polêmico, o aborto. A população brasileira, em geral, é contrária ao aborto. Para que a ideia de descriminalizar o aborto seja aprovada, é necessário deslocar a janela de overton, que hoje está em “inaceitável” a “totalmente aceitável”. Para isso, iniciam-se campanhas que tratam dos “direitos das mulheres”, mas sem utilizar a palavra aborto. O primeiro passo é fazer a opinião pública aceitar que o feto é parte do corpo da mulher e não outro ser humano. Outra etapa consiste em conquistar o afeto das pessoas falando do número de mortes clandestinas causadas por abortos não autorizados. Depois fala-se das crianças abandonadas por suas mães, que seriam violentadas e acabariam ameaçando a sociedade ao crescerem em uma vida de traumas e crimes. Com isso a janela ao poucos vai se deslocando e o aborto, antes reprovado, passa a ser aprovado.
Fico pensando e falo.
- Espera... Você está sugerindo que eu manipule meu marido, para que ele passa a aceitar a ideia de um casamento aberto?
Ela me olha sorrindo e continua.
- Isso. Comesse a introduzir a ideia aos poucos. Comesse a abordar o assunto de maneira leve. Passe a assistir documentários sobre o assunto junto com ele, filmes com essa temática, coisas que façam isso parecer mais normal para ele. Para que ele entenda que não é um bicho de sete cabeças. Para que ele comesse a ver o assunto com outros olhos. Seus olhos.
De início fiquei um pouco incomodada com a ideia de manipular meu marido, mas com o tempo essa ideia já não me parecia tão ruim assim. Passei sempre que possível abordar o tema de forma sutil, quase imperceptível, suas vantagens, como as pessoas que buscavam esse tipo de casamente se sentiam, escolhia sempre filmes com essa temática ou algo relacionado, víamos documentários sobre o assunto. Sem ele saber mexi em seu Facebook dando likes em sites que tinham essa temática, para que ele começasse a receber posts sobre o tema.
No início meu marido não gostava, se irritava, dizia que isso era desculpa para fazer sacanagem, etc. Mas com o passar do tempo e minha insistência ele passou a ignorar o assunto ou dar menos atenção. Na época interpretei isso como aceitação.
Confesso que estava entusiasmada com a possibilidade de ele aceitar o casamento aberto. Um dia acabamos de assistir uma reportagem sobre o assunto. Tomei coragem olhei ele nos olhos e perguntei.
- Amor o que você acha de abrirmos nosso casamento?
Senti um frio na barriga enquanto ele me olhava.
- Você está falando sério?
Tomei coragem e disse.
- Sim... Sei lá, tem uma colega em meu emprego que tem um casamento assim e ela e o marido são muito felizes e casados a mais de vinte anos.
Ele me olhava intrigado, mas não zangado ou irritado, até parecia genuinamente interessado. Contei para ele sobre as regras que eles tinham e tudo o mais. Ele sorriu.
- Nossa são regras bem específicas. Você realmente está falando sério sobre isso, não é?
- Sim.
Um pouco mais entusiasmada do que deveria confesso, ao perceber sua atitude. Ele respirou fundo.
- Percebi que você vem abordando o tema sempre que possível, algumas vezes até de forma sutil e estudou bastante sobre o assunto.
Gelei ao ouvir aquilo. Eu havia subestimando meu marido. Ele percebeu minhas tentativas de manipulação. Mas para minha surpresa não estava zangado. Então disse.
- Prometo que vou pensar no assunto. Peço a você uma semana, ok?
Fiquei radiante, como uma criança que acaba de ganhar um presente. Dei um abraço apertado nele.
Na semana seguinte meu marido estava mais calado que o normal, um pouco mais distante, mas nada muito anormal. Lembro que foi uma semana longa até que na sexta feira ao voltar do trabalho abro a porta e vejo a mesa da sala preparada para o jantar. Dois pratos, velas, flores, duas taças, uma garrafa de vinho e da cozinha vinha um cheiro delicioso de lasanha à bolonhesa, meu prato favorito. Ele veio até mim, me beijou e disse.
- Suba e tome um banho, assim que ficar pronta a lasanha chamo.
Assim fiz.
Aquela foi uma das melhores noites de minha vida, comemos, bebemos, rimos, conversamos, tudo estava perfeito. Então após lavar os pratos nos sentamos na mesa. Ele completou minha taça com o resto do vinho, olhou firme em meus olhos e disse.
- Então é chegada a grande hora. Sei que você está ansiosa pela minha resposta à sua pergunta se quero abrir nosso casamento.
Ele parou um pouco respirou fundo, deu um breve sorriso e continuou.
- Você sabe o quanto te amo e quanto quero te ver feliz. Assim como sei que te conheço bem o suficiente para saber que se eu respondesse qualquer coisa contrária, você nunca seria feliz.
Eu estava radiante, mal conseguia me controlar. Ele continuou.
- Minha decisão sobre abri nosso casamento é SIM.
Eu fiz menção de pular em cima dele de alegria quando ele fala.
- Mas eu quero o divórcio!
Fiquei paralisada, acreditando que não tinha ouvido bem.
- O que? Como assim?
- Eu quero o divórcio. Não existe maneira melhor para abrir um casamento.
Ele levanta, vai até o lavabo, pega uma mala que ele havia aprontado. Pega a chave do carro vai em direção a porta. Eu estava tão atordoada, não sei se pelo vinho ou pela notícia, que fiquei paralisada. Minhas pernas tremiam. Tentei balbuciar algumas palavras, mas elas simplesmente não saiam da minha boca. Fiquei lá como uma idiota chorando compulsivamente vendo meu marido ir embora.
Nos dias que se seguiram tentei de todas as maneiras falar com meu marido. Procurei nossos amigos em comum, seus pais, seu emprego, mas ninguém tinha notícias dele. Uma semana depois finalmente consegui falar com ele por telefone. Implorei para que ele voltasse para casa, que precisámos conversar, que se ele não queria abrir o casamento, tudo bem, voltaríamos como era antes, que eu o amava, que me arrependia de ter sugerido isso, mas ele estava irredutível.
Pelo menos daí em diante ele atendia minhas ligações, falávamos todos os dias, mas sempre por telefone. Ele não queria me encontrar pessoalmente. Ficamos nisso quase dois meses até que o convenci a fazer terapia de casal. Falei com uma amiga que me recomendou uma ótima terapeuta que a ajudou quando teve problemas em seu casamento.
No dia marcado eu estava na sala de espera do consultório ansiosa para finalmente encontrar meu marido. Após alguns minutos de espera o vejo entrar. Corro para abraçá-lo. Ele não me rejeita, mas também não retribui o abraço.
Seu olhar é triste. Ele fala friamente.
- Olá, Solange.
Nesse instante a secretária avisa que podíamos entrar na sala.
Nos sentamos. A terapeuta era uma mulher nova, bem vestida, bonita com longos cabelos cor de mel. Eu não a conhecia pessoalmente, só por telefone.
Nos sentamos e meu marido olhando para terapeuta fala.
- Nossa, se eu soubesse que a terapeuta era uma mulher tão linda teria vindo muito antes.
Eu fiquei absolutamente chocada e zangada com o que ouvi. Nunca em toda minha vida vi meu marido fazer algo assim, ainda mais na minha frente. Me senti tão desrespeitada, tão magoada e humilhada. A terapeuta olha para mim e fala.
- Não ligue Solange, ele está falando isso só para lhe magoar, pois ele também está magoado.
Meu marido ri e complementa.
- Em um casamento aberto não podem haver mentiras. Devemos falar o que sentimos por outras pessoas.
A terapeuta começa a falar um monte de coisas, dando um sermão nele que bate boca com ela sem se intimidar, pareciam até um casal brigando. Eu confesso que estava tão atordoada com tudo que não prestei muita atenção no que eles falavam. Meu marido estava diferente, mais frio, mais arrogante, não sei. Só fui voltar a “Terra” quando ouvi ele chamar por meu nome.
- Solange seja sincera, você já me traiu?
Fiquei surpresa com a pergunta e indignada.
- Lógico que NÃO! Que tipo de pergunta é essa? Você me conhece, não confia em mim?
- Confiava cegamente até o dia que você pediu para abrimos nosso casamento. Normalmente quando alguém faz essa pergunta é porque já traiu e busca uma maneira para validar seu ato, ou está muito perto de trair e quer uma forma de desculpa.
A terapeuta interrompeu.
- E as vezes uma pergunta é somente uma pergunta.
Meu marido olha para ela e sorrindo fala.
- Hunnn... Além de linda é inteligente. Vejo que não tem aliança, é solteira?
Ela fica brava novamente e fala.
- Não estamos aqui para falar sobre minha vida sr. Miguel, e peço que me trate com respeito.
Aí percebo que ele não usa mais a aliança.
Ele olha para a terapeuta e fala.
- Vamos discutir isso em um jantar, o que me diz?
Antes que ela pudesse responder ele olha para mim e fala.
- Solange seja sincera e me responda algumas perguntas por favor. Você me ama?
Respondia com um misto de tristeza e raiva.
- Claro que sim, você sabe disso.
- Você gosta da nossa vida de casado, da maneira como vivemos, como nos comunicamos?
- Sim... claro.
- Da liberdade que temos para conversar sobre tudo, de nunca mentirmos um para o outro?
- Sim, adoro nossa vida juntos. Nos completamos.
- Hunn... Então você concorda que em todos esses temas somos absolutamente perfeitos? E você não mudaria nada em relação a isso em nosso casamento?
- SIM! Não mudaria nada.
- Então a única coisa que te incomoda em nosso casamento, a única coisa que você quer mudar em relação a ele é o sexo. Só o sexo não é bom o suficiente, tanto que você quer buscar outras experiências. Outros “tamanhos”, outros cheiros, gostos, toques, sei lá mais o que?
Ao ouvir isso foi a primeira vez que pensei no assunto de forma prática. Que realmente tudo era perfeito e que colocado dessa maneira parecia que o sexo entre nós não era bom. Mas eu sabia que não era verdade. Mas também percebi que para ele era assim que parecia.
Olhei para ele e tentado lutar com as lágrimas disse.
- Não é nada disso. Sempre amei nossa intimidade. Você sempre me satisfez, eu juro. Eu só queria outras experiências até para melhorar nossa relação.
Meu marido nunca foi um homem religioso, ele era espiritualizado, acreditava em Deus a seu modo. Ele fala.
- Uma vez perguntaram a Chico Xavier se o sexo antes do casamento era proibido. Chico respondeu. Nada é proibido, mas sem amor, nem o sexo nem o casamento tem sentido.
Fiquei olhando para o chão durante algum tempo tentando achar alguma resposta. Olhei par minha terapeuta em busca de auxilio, mas ela apenas me olhou.
Ele continuou.
- Eu te amei desde a primeira vez que te vi. Depois de você sabia que nunca mais iria querer beijar outra mulher, ou tocar em outra mulher. Tudo que eu queria era lhe fazer tão feliz como você me fazia feliz. E perceber que todos esses anos você ficou frustrada com nossa intimidade me feriu muito. Saber que eu não pude te satisfazer, que te fiz infeliz me machucou muito. Por isso quero o divórcio, quero que você possa encontrar alguém que consiga lhe fazer feliz por completa.
Comecei a chorar e mais uma vez não consegui falar. Queria dizer que não era nada disso, que eu adorava a intimidade com ele, que não era esse o motivo, mas não consegui.
Ele levantou, olhou para a terapeuta e disse antes de sair.
- Me liga.
Seis meses depois recebi os papeis do divórcio. Nos meses que se seguiram pude ter a tão sonhada vida de solteira. Apoiada pelas meninas do escritório passeia ter minhas noitadas. Na primeira vez que sai com um rapaz me arrependi muito. Nada foi como eu imaginei. Não havia carinho, amor, nada, só sexo. Mal terminamos ele se vestiu e foi embora. Me sentia como carne, usada e usando aos outros, sempre bebendo e tendo relações rasas.
Com o passar do tempo as meninas foram arrumando namorados fixos e quando saiam eram em casais e eu ficava sempre deslocada, de vela, então acabei me afastando. Com a Norma as coisas foram um pouco diferentes, digamos assim. Um dia ela me convidou para uma festa na casa dela. Ao chegar percebi que era uma festa de swing, vários casais faziam sexo em todos os cantos da casa. Confesso que fiquei assustada dei meia volta e fui embora.
Um ano passou e nunca mais tive notícias de meu ex-marido. Nunca voltei a namorar sério, só relações esporádicas sem futuro. Me arrependia do dia que sugeri abrir meu casamento, agora sabia o que perdi e que seria muito difícil encontrar o tipo relação que eu tinha com ele, o companheirismo, a amizade, a confiança, a entrega.
Estava infeliz então entrei em contato com minha terapeuta para voltar a fazer seções com ela. Mas ela disse que não poderia me atender e sugeriu uma amiga que, segundo ela, era super competente. Eu perguntei o motivo, já que ela já estava a par de toda minha situação. Ela disse que seria conflito de interesse e no mínimo antiético da parte dela e desligou o telefone. Fiquei sem entender na época. Mas procurei a amiga terapeuta dela e realmente ela estava me ajudando muito.
Uma tarde estava em uma cafeteria perto de meu emprego, que tinha um croissant que eu adorava. Está tranquila quando escuto a voz de meu ex-marido algumas mesas a frente. Olho assustada e ele está em pé sorrindo abraçado com uma mulher com cabelos longos cor de mel. Levanto instintivamente e ele percebe. Me olha, então a mulher que estava com ele vira e olha em minha direção.
Era minha ex terapeuta. Agora entendia o conflito de interesses.
Fiquei furiosa e antes que eu pudesse ir em sua direção meu ex vem até minha mesa. Ele sorri e fala.
- Olá Solange quanto tempo?
Ao ouvir sua voz e vê-lo ali em minha frente, meu coração parecia que iria sair pela boca. Ele senta e faço o mesmo.
- Você e nossa terapeuta? Sério?
Ele sorri.
- SUA terapeuta.
- A quanto tempo?
- Uns seis meses agora. Eu realmente gosto dela, é inteligente, bonita, me faz rir. Mas vamos ver no que vai dar.
Olho para ele, pego em sua mão.
- Sinto sua falta.
Ele puxa a mão discretamente.
- Você é uma boa pessoa Solange, vai encontrar alguém que lhe faça feliz por completo eu não tenho dúvida sobre isso. Serei sempre grato pelo tempo que compartilhamos juntos. Mas passou.
Ele levanta olha para a terapeuta que o espera. Olha para mim e fala.
- Adeus Solange. Seja feliz.
Caminha até ela, a abraça e os dois vão embora.
Até aquele dia ele nunca tinha usado aquela palavra.
ADEUS.
Foi ali que compreendi realmente que meu casamento tinha acabado. Que o amor de minha vida, agora pertencia a outra mulher.