Digitais... 

 

 

Quando o dia amanheceu, as digitais estavam nos corpos.

Nua e crua era a realidade da consumação: roupas jogadas, lençóis amassados e também cansados da noite inebriante de dois corpos latejantes cheios de amor e desejos. Os vidros embaçados no dia ensolarado de domingo anunciavam mais um dia quente. Não mais quente que o quarto.

 

Café a dois, um abajur que não foi desligado, e repousava duas almas, em corpos despidos pelo amor e labaredas em altas chamas. Agora calmos, abraçados e saciados em suas sedes.

Pela fresta de ar que passava pela janela, o assobio que dedilhava as cortinas em sinfonia solene dos passarinhos a cantar, convidando para o despertar.

 

Espreguiçando abraçados, um bom dia as peles outra vez. Assim, a epiderme laceia um ao outro, amor se faz de novo, saindo da cama e indo ao banho, em sons de magia e prazer, marcando os vidros do box pelas mãos intensas enquanto os corpos se deliciaram. Era o começo do desjejum, que desenrolou a toalha da cozinha, corpos tremiam, e os olhares enquanto viravam as xícaras, denunciava o banquete e as marcas de total êxtase e alegria.

 

AdriSill
Enviado por AdriSill em 30/10/2023
Reeditado em 30/10/2023
Código do texto: T7920795
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