Ambas somos a outra. E daí?
Quando o conheci tinha 19 anos e ele 28 e recém casado. Nossa! Nove anos de diferença. Soube do nascimento de Arthur - saudável, forte, grande. Três anos depois, de Nara, a leonina, com duplo sentido.
Aos 26 anos descobri que não seria mãe. Estava desconfiada fazia tempo e levai mais uns três anos para contar. Não sei dizer se sentiu-se decepcionado ou aliviado. Um filho comigo? A amante? Reconheço que além de amor ele deu-me inúmeras coisas. Coisas? Sim. Materiais. Mas nunca passou comigo datas importantes como seu aniversário, Natal, ano novo, Páscoa, dia dos namorados ... Ela sabe de mim? Diz ele que sim. Até revelou que ela usa os mesmos perfumes meus... ou seria ao contrário? Afinal, é ele quem compra. Apesar disso tudo me considero sofredora? Nem pensar.
Casei com Divoney aos 22 anos e ele tinha 26. Ela, a amante, é dois anos mais nova que eu e ele contou tudo. Aceita? Sem opção ou sei lá que palavras utilizar, aceitei, contanto que não nos encontrássemos em hipótese alguma. Nem em velórios. Seu nome? Não sei. O pouco que sei é que o ama, respeita e aceita essas condições. Tenho do que reclamar? Não. Reclamo por ela talvez querer ter um filho com ele e ser impedida. De passar sozinha dias e datas importantes.
O que ela sabe de mim deve ser por intermédio dele e já senti o perfume dela, nele. Aliás, o mesmo que uso. Tem bom gosto. Se bem que... Também sinto pena se ele morrer antes de nós... o que será dela? A não ser que ele tenha um seguro de vida e ela também seja a beneficiária. Até pode. Vou questionar? Não! Por que incomodar quem está quieta?