Dois.
Numa noite de sexta-feira, gostosa e propícia para não ficar em casa, atreveu-se a aparecer de surpresa. Durante o dia anterior fez planos, fez as unhas, brincou com seu amor pedindo que a ajudasse a escolher a roupa, a cor do esmalte, fez graça, fez pose...
Na sexta-feira as brincadeiras continuaram, arrumando o cabelo, hidratando a pele, se maquiando, se perfumando, se vestindo e a última foto: "mulherão da porra".
"Divirta-se, dengosa, por mim e por você, você vai se divertir, eu vou trabalhar"
No caminho seu coração acelerava, não sabia qual seria a reação dele ao vê-la chegando. Poderia ter simplesmente entrado, mas enviou uma mensagem pra ele: "sai pra ver a lua"...
Um abraço de muitas vidas, de muita saudade, de muito desejo, parecia que queriam se fundir em um só, tamanha a intensidade do abraço.
Se desejavam, mas muito além do desejo estava presente naquele momento o amor dos dois.
A felicidade estampada, o tremor das mãos, os batimentos acelerados em virtude da surpresa, todas as sensações e emoções envolvidas e misturadas e um sorriso estampado no rosto o tempo todo, como se quisesse anunciar: "o amor da minha vida tá aqui".
"A dona dos olhos verdes é ela"! E a surpresa nos olhinhos da menina que estava incrédula como quem vê, como ela mesma chamou, "uma deusa grega, toda de branco".
O tempo foi passando rápido demais, as pessoas começaram a chegar, teve início a noite de trabalho e a atenção diminuiu mas não a ponto de acabar. A felicidade e o amor se mantiveram estampados nele, os carinhos vez ou outra, beijos trocados, toques suaves pelo corpo dela e olhares que diziam muito mais que palavras.
Uma música, Dois, uma declaração de amor em público, como nunca ninguém havia feito antes, uma lembrança que fica como uma tatuagem impregnada na alma, um instante único, uma reverência e um amor que não cabe mais no peito e explode agora nas lágrimas de felicidade dessa que escreve , em prantos, que se existe uma história de amor mais bonita do que a deles, ainda não foi contada.