Manhãs de setembro

Eles eram jovens quando juraram Amor eterno numa bela manhã de setembro. Mas ele morreu dois anos depois e aquele Amor foi interrompido.

Ela se tornou uma pessoa triste e desiludida com a vida. Cinco anos se passaram e ela ainda carregava no peito aquela dor. Mas apesar da lembrança do seu Amor interrompido doer como uma cicatriz, ela teve que seguir em frente. Cinco anos depois, ela conheceu outra pessoa que soube entender o que ela passou e esperar o tempo dela.

Eles se casaram alguns anos depois. Tiveram filhos, viveram trinta e cinco anos juntos e ele também partiu. Doeu também, mas ao menos dessa vez, ela teve a oportunidade de viver uma vida ao lado da pessoa amada.

Os anos passaram e foram gentis com ela, mas ela nunca mais se envolveu com ninguém.

Mais dez anos se passaram, e ela aos poucos foi definhando. Ela morreu em casa, na sua cama, cercada pelos filhos e netos. Antes de morrer, ela perguntou para a filha que dia era.

"Mãe, hoje é dia dez. É uma bela manhã de setembro" - respondeu para a mãe.

"Manhã de setembro" - ela murmurou, sorriu e partiu em paz.

Denis, O Dreamaker.

24/02/2023-23:22

N.D.A. 01: Esta história ia se chamar "Amor interrompido", mas as manhãs de setembro foram algo que surgiram tão naturalmente, que só pude deixar fluir. A alguns anos atrás, quando a cantora Vanusa morreu, eu tentei escrever algo inspirado na sua música “Manhãs de setembro”, mas não consegui. Hoje, acho que essa história foi o mais perto que consegui chegar disso.

N.D.A. 02: Manhãs de setembro, foi composta por Vanusa Silva e Mario Campanha Sierra e lançado no quarto álbum da cantora (autointitulado “Vanusa”) em 1973.

Confiram outros textos inéditos de minha autoria no meu Blog Terra dos Sonhos (http://sonhosdesperto.blogspot.com):

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