Carta para Dona Ana
Sentou-se à mesa, uma mulher pálida, triste e chorona. Parecia não ser a mesma, desde o acidente...
O homem começou a ler a carta.
“Dona Ana, aqui é seu filho, João. Sinto muito por ter ido assim, mas não tente entender a vida. Estou reunido de seres maravilhosos, vales proibidos e mais vivo que nunca. Fizemos tantas promessas, tantos sonhos e tudo isso nos abalou, mas não pense que o amor chegou ao fim, o amor não morre nunca, sua dor sim. Lembra do que lhe disse? Devemos seguir em frente, tenho calos nos pés, mas ainda ando em harmonia e glória. Venceremos a luta de nos libertar, a batalha de ser quem nós somos e teremos a força de nos abraçar. Vamos amar, não pense somente na colheita, mas no amanhã ou o agora do outro, de como podemos fazer outras pessoas felizes. Estou contigo todos os dias, porém, chegou a hora de eu ir embora, estão todos me chamando. Ficarei apenas no seu coração e na mente, pois a vida está nas coisas mais simples e nos lugares mais felizes também. Celebre a vida, celebre a morte, porque nós somos a chegada e o amanhã também.