O relógio sentimental
No giro de seu marcador ocultam os lugares que provocam dores da alma, mas deixa tilintar o badalo do seu compêndio mostrando que a ferida foi aberta, e vai durar ou será eterna e sangrara mesmo cicatrizada.
Por ser sentimental sua carapaça aloja invisivelmente do lado esquerdo do peito, busca ter ritmo compassado com o músculo do coração, e suas ondas magnéticas sintonizada com o cérebro graças visões geral da estrutura do neurônio e sua função nos provoca esse momento de nostálgica.
Quando por acaso é acionado o gatilho, seja num recanto silencioso, uma música romântica, lugares que venha lembrá-la, ou simplesmente uma peça de roupa esquecida pendurada no cabide do velho guarda-roupa. Assim o sonoro badalo parece cutucar a ferida sem piedade, o caracol da fumaça que sai do cigarro e copo pela metade em cima do criado-mudo, da asa a imaginações e escuta alguém chamando seu nome lá de fora, jurar de pé junto que timbre é dela(e).