O ENCONTRO
Ela era neta de um curandeiro, uma elfa nômade... cabelos roxos, pele alva e olhos completamente negros, uma garota aventureira e que queria muito ver o mundo. Já ele era um príncipe sem trono, filho da líder do vilarejo... Os olhos claros e a pele morena eram o contrario das feições de Leia.
Pessoas diferentes... destinos unidos.
O encontro aconteceu nesses corredores, quando o avô de Leia veio curar a mãe de Alan. Para eles foi como um choque... como se uma faísca se acendesse, não era amor de namorados parecia como amor de amigos... era assim que interpretaram, eram jovens ainda não tinham descoberto o amor.
Eles cresceram juntos! Viam-se quando podiam... Conheciam-se e exploravam. Leia arrastava Alam para as suas maluquices e ele a tirava desse caos. E assim veio, eles se apaixonaram... superaram as diferenças, não ligavam para as raças distintas ou pelas crenças diferentes o que importava era eles, o que eles acharam e o que pegaram para ser seu.
E assim veio, o casamento... era numa igreja, que Alan escolheu, e como a tradição dos elfos mandava Leia fez seu próprio vestido e buque o decorando com lindas flores azuis brilhantes.
Mas, as flores não eram seguras... Leia não sabia, ela era nômade! Como saberia que aquelas flores eram venenosas? Pois bem, estavam todos tão felizes que ninguém notou as flores. Nem mesmo Alan...
Depois do casamento, o tempo pareceu correr... e com o tempo correndo a vida de Leia o acompanhava mesmo ela não sabendo do seu fim. Mas ela recebia sinais: cada vez mais cansada, mais sonolenta e enjoada.
Então o medico veio, e Alan e Leia foram surpreendidos com um filho a caminho... a emoção não estava cabendo no peito. Mas a felicidade durou pouco... Leia não sentia mais as pernas... dormia no meio de uma conversa não conseguia mais levantar, e foi ai que entenderam: o sono azul! Leia tinha contraído no dia do casamento, se fosse diagnosticada três meses antes podia ter sido curada, mas agora o que lhes restava era rezar! A elfa não conseguia mais sair da cama, e seu sonho de ver o mundo havia sido guardado num porão contra a sua vontade!
Então Alan foi realizar o sonho da amada, viajou pelo mundo e registrou as mais belas paisagens para mais tarde mostrar a esposa, havia bondade em seu ato... mas aquela bondade era do tipo que doía.
O marido voltou no dia do nascimento do seu filho, sorriu quando viu Leia com o barrigão... a abraçou beijou e cantou com pra ela. Momentânea! Foi apenas um pouco de felicidade... a criança... A menina nasceu dormindo.
Tristeza era tudo o que o casal sentia, e como ultimo recurso Alan mostrou as fotos. Pensou que aquilo fosse elevar o animo de Leia...
Mas a esposa triste pela morte da filha e depressiva por ficar isolada, acabou ficando ainda mais triste.
Aquela menina aventureira tinha sido posta para dormir a força, e só restava uma pessoa que ela não reconhecia... e naquela noite a triste Leia deixou Alan sozinho, tirando a própria vida.
- Sinto muito - era a frase no bilhete de Leia.
E assim o pobre marido ficou sozinho e se tornou amargo. A história de amor, nem sempre é bonita e às vezes... não podem ser curadas.