Estrelas são como o amor…
Em uma noite estrelada, Clarice está com seu caderno de rabisco e um lápis em suas mãos.
A tal escreve sobre as estrelas, mas como identificar um sentimento por uma estrela?
Clarice sempre foi muito literária… o tempo passou e nada, absolutamente nada mudou!
Com o mesmo rosto, o mesmo gosto e o mesmo cigarro aceso ela descreve a literatura como a razão de sua vida.
Ela reescreve as estrelas como o “amor”, e isso a faz lembrar de uma antiga paixão!
Fernando Sabino, esse era o nome da primera e única paixão de Clarice Lispector.
Momentos que passaram rápido e memórias intensas!
Clarice nunca foi tão apaixonada por outro homem como foi por “seu Denor”, ela o nomeou assim.
O amor era recíproco, mas o momento não era o correto!
Eles ainda namoraram aqui e aculá, mas não foram capazes de superar tantos obstáculos para salvar o amor que existia entre ambos.
Eram jovens demais e não conseguiram separar os problemas familiares…
Anos se passaram e Clarice mudou-se de cidade, não havia aparelhos para se comunicarem a não ser as cartas!
Fernando escrevia quatro cartas por dia, dizendo uma única coisa… “Lispector, eu ainda te amo”.
Após receber todas as cartas, Clarice com seus olhos cheios de lágrimas dizia suspirando - eu sinto tanto a sua falta, seu Denor!
Clarice rapidamente pegou sua caneta e um verso para escrever… logo ela disse, “eu ainda te amo tanto, Denor!”.
Ao terminar, Clarice corre para entregar ao carteiro que já passava em sua bicicleta.
- Carteiro, espere… Clarice grita desesperadamente
O carteiro olha para trás e avista uma Jovem descalça correndo atrás de sua bicicleta, logo ele para e atende o seu pedido!
Passaram-se seis anos após esse acontecimento, entre diversas cartas…
Clarice recebe uma visita em sua casa, na qual fica surpresa.
Era uma mulher bem vestida, bonita e delicada que estava a sua procura!
Ao escutar seu nome, Clarice pede licença e responde - Olá, eu sou Clarice.
Ao visar Clarice, a mulher enche seus olhos de lágrimas e não demora muito para se desmanchar em lágrimas.
- Moça, você está chorando? Clarice pergunta confusa
- Fernando não resistiu… A mulher diz colocando suas duas mãos sobre o rosto
Clarice arregala seus olhos e corre para seu quarto!
Clarice está recheada de culpa, pois não havia tido tempo nas duas últimas semanas para responder as cartas de seu Denor.
Passam alguns dias e Clarice ainda está cabisbaixa, anda sem tempo pra nada, nem para viver o luto do seu grande amor!
Apesar de tudo, Clarice estava tranquila, pois sabia que o sentimento nunca mudaria.
Ela sabia que nunca sentirá algo como sentiu pelo seu Denor!
- Para mim, as estrelas são como o amor…
existe imensidão!
Na verdade, eu tenho mania de amar coisas que está distante do meu alcance. Clarice diz em sua entrevista
Clarice escreve em seu último verso do livro dizendo: “Se estiver lendo isso… Toque nele, toque nela, a vida é muito curta para perder um segundo.”