AMOR DE INVERNO
A chuva caía forte, Cláudio se abrigou embaixo de uma marquise e esperou pacientemente. Esquecera o guarda chuva mesmo com o tempo nublado. Do outro lado da rua, também embaixo de uma marquise, uma jovem o observava e ele notou. Surgiu ali um "clima" com olhares e sorrisos. Era uma tarde que começava a esfriar e nada da chuva cessar. Mas a paquera continuou. Porém, no momento em que a chuva começava a dar sinais de que faria uma pausa, uma lambreta parou e seu piloto deu carona para a jovem, o que deixou Cláudio desolado, contentando-se apenas com um leve aceno.
Na manhã seguinte, ainda com chuva, Cláudio tomou um ônibus que o levaria ao trabalho. Dessa vez portava seu protetor contra a chuva. E quem ele vê do lado de fora do coletivo? Aquela jovem de ontem a tarde. Tratou de descer na próxima parada e voltou correndo para tentar encontrá-la. Alcançou-a já cansado, porém com um sorriso tal qual uma criança quando ganha bombons. Seu nome era Nadja e ela explicou porque tinha ido embora de carona em uma lambreta, tratava-se de seu irmão que por ali passava casualmente e a levara para casa.
Nadja mostrou-se muito expansiva, o que agradou muito Cláudio, que esperava um namoro dali em diante. A chuva caía forte, o que obrigou o casal a procurar abrigo em uma loja das imediações. O papo rolou tranqüilo e Cláudio já segurava as mãos da pretendente, que não reagia, tudo ia às mil maravilhas. Um encontro na residência dela foi marcado já que ele precisava ir trabalhar e ela se dirigia para a faculdade. Rolou até um 💋 na face dela já que praticamente o namoro estava em andamento. Cada um então seguiu seu caminho, Cláudio pegou outro ônibus e ela tomaria o seu em destino contrário.
Cláudio não via a hora de largar do trabalho e chegar em casa o quanto antes, mesmo com o aguaceiro que alagava as ruas, afinal era inverno e a chuva estava no tempo dela. Chegou em casa, tomou um bom banho, jantou, se arrumou, colocou seu melhor perfume e se dirigiu para a casa de Nadja. A chuva já estava fraca quando ele chegou lá, que o esperava ansiosa. No portão rolou um beijo mais audacioso, ela permitiu que seus lábios fossem tocados pelos dele. Entrou e foi apresentado para a família, que mostrou ser atenciosa, principalmente a mãe dela. Sentaram-se em um sofá na sala onde uma tv estava ligada e anunciava no telejornal os estragos causados pela chuva. Mãos se tocavam carinhosamente e eventualmente, quando ninguém atrapalhava o namoro, um beijo mais ousado.
Cláudio estava feliz, Nadja também, enfim um grande amor se vislumbrava nesse momento. Essa cena se repetiu por muitos e muitos dias, o casal estava apaixonado. O tempo foi passando e os projetos de vida a dois tendo início. Dois anos depois um pedido de noivado, os pais de Nadja eram só felicidade, enfim a filha querida tinha arranjado um bom pretendente e tudo fariam para que a união deles se concretizasse. O rapaz, mesmo ainda novo, já era dono de um apartamento que comprara há alguns meses, ela como filha única herdaria imóveis dos pais, pessoas bem estruturadas financeiramente.
O pedido de noivado anunciado por eles aos pais dela foi prontamente aceito, os preparativos foram devidamente planejados, queriam uma festa linda. Tudo saiu como desejavam, enfim cada um colocou uma aliança no dedo, o primeiro passo foi dado. Em pouco mais de um ano o casamento foi decidido, uma bela festa estava nos planos dos noivos, o apartamento dele estava completamente arrumado para a vida a dois. O enlace matrimonial transcorreu da forma como planejaram. Enfim juntos. Dessa união ela gerou dois filhos maravilhosos que eram a alegria dos avós, tanto dos pais dela como dos dele. Final feliz e um amor para a vida toda.