Dentada de “Amor” não doeu, disse ela
A dentada de “Amor” não doeu, disse ela ao veterinário.
Ela havia batizado aquele lindo cãozinho com o nome de “Amor”.
Morder, moer, macerar: era tudo isso e muito mais que ela permitia que “Amor” fizesse com os ossos de suas pernas e braços.
Por isso, o veterinário receitava mais remédios para ela do que para “Amor”.
Mas, no dia em que ela devolveu o “carinho” aplicando uma mordida na orelha de “Amor”, o cãozinho entrou em depressão e morreu desgostoso — ao menos foi essa a explicação que o veterinário encontrou para a estranha morte do animal sem doença física que explicasse o passamento do bichinho.
Então, o veterinário continuou “cuidando” a dona do falecido animal como sempre havia feito.
Casaram-se no cartório e na igreja.
O casal agora adotou um outro cachorrinho muito parecido com “Amor”. Batizaram o novo bichinho de “Gengiva”.
Sim, o único jeito que encontraram de sobrar alguma coisa que o marido pudesse amar no corpo da mulher... foi não permitir que o novo cãozinho tivesse um sorriso para exibir. Aliás, nem mesmo conseguiria mastigar um pedaço de isopor.
(`´`´`´`´`´)Fim(`´`´`´`´`´)
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Da coleção zezediozoniana: “Depois que o AMOR lhe mordeu”