Idiossincrasia
Essa sua idiossincrasia me impressiona cada vez mais. Doses de licor e doses de vinho, e mesmo ébrio, sua voz não foge da mente. Beijar por beijar não tem amor; corpos vazios são devaneios, não intensidade. Cada vez que vejo o fulgor num dia friorento, lembro de ti, n'alva de tu'alma. Esses dedos rijos navegando pelo meu peito, toca à alma. Um livro e um chá para aquecer o espírito, mas ainda sim, queria aquecer o corpo em fricção com o teu. Busquei profundidade, e você era o início do riacho. Pensei que era uma tarde fria na biblioteca, e me enganei. Era um mero deleite profano: cura e ajuda; machuca e destrói. Foste apenas um lodaçal, um entrave no caminho. Como odeio seus malditos cabelos avermelhados, aqueles que sinto escárnio, mas ainda sim, no fundo, jamais sai da mente...