Idiossincrasia

Essa sua idiossincrasia me impressiona cada vez mais. Doses de licor e doses de vinho, e mesmo ébrio, sua voz não foge da mente. Beijar por beijar não tem amor; corpos vazios são devaneios, não intensidade. Cada vez que vejo o fulgor num dia friorento, lembro de ti, n'alva de tu'alma. Esses dedos rijos navegando pelo meu peito, toca à alma. Um livro e um chá para aquecer o espírito, mas ainda sim, queria aquecer o corpo em fricção com o teu. Busquei profundidade, e você era o início do riacho. Pensei que era uma tarde fria na biblioteca, e me enganei. Era um mero deleite profano: cura e ajuda; machuca e destrói. Foste apenas um lodaçal, um entrave no caminho. Como odeio seus malditos cabelos avermelhados, aqueles que sinto escárnio, mas ainda sim, no fundo, jamais sai da mente...

Johannn
Enviado por Johannn em 16/05/2023
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