A fuga!

O professor se tornou aluno, o mestre precisa reconhecer que sempre será um eterno aprendiz. Ele precisa aprender que não existe mais ou menos experiente quando se trata de assuntos do coração. Quando a chama da paixão, do desejo, do querer estar perto, ascende, é quase impossível controlar. E a chama ascendeu, e logo ele que se julgava experiente nos assuntos do amor, de repente se viu novamente arrebatado, tomado, imerso e inundado por pensamentos que o levavam até ela.

Naquele momento ele queria não acreditar, e acreditou que poderia controlar toda aquela situação, depois percebeu que não, naquele instante não havia controle, então pensou: vou fugir, sim, fugir. Para muitos a saída dos fracos, dos covardes, para ele, naquele momento, fugir significava a única possibilidade de manter tudo sobe controle, mas que controle? Ele mesmo tinha dito: não se pode controlar as coisas do sentimento, do desejo, da paixão, não no primeiro momento. Então, ele reconheceu que não poderia fugir, aceitou que precisava respirar, estava inundado, submerso, mas não tinha se afogado.

Ele percebeu que tudo aquilo que estava sentido, era o mais claro sinal de que ele estava vivo, e como é bom viver, como é bom sentir, como é bom mergulhar. Então ele voltou, voltou correndo, arrependido por ter ido, por ter fugido ou tentado fugir. Mas quando ele retornou, ela não estava mais, era como se ele estivesse entrado num “buraco de minhoca”, aquela fuga roubou o tempo, esfriou o sentimento, trouxe a dúvida, a incerteza e despertou nela um outro desejo, o desejo de se preservar, de não tê-lo mais por perto, a tentativa dele de fugir, a levou para longe. E agora, o que fazer? Ele não sabe, o mestre pergunta ao seu discípulo, o que fazer?

um cara qualquer
Enviado por um cara qualquer em 05/05/2023
Reeditado em 05/05/2023
Código do texto: T7780730
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