A Roda da Vida cap 4
Almir trabalhava preocupado. Se por um lado pensava em Ane com culpa, por outro lado suportava o mau humor da Marlene com menos paciência. Mesmo sendo muito católico e com uma fé bem fervorosa, só Deus pra fazer com que ele suportasse o sofrimento. Dia após dia, tentava agradar a esposa. Achava que ele sentia dor no braço e descontava nele, por isso a perdoava. Mas estava cada vez mais difícil suportar tantas malcriações. Até a sogra lhe dizia que ele não devia ser maltratado, afinal era o arrimmo da casa desde que a pensão dela fora cortada e não saia barato. À filha, dava conselhos mas não adiantava nada. Por causa da idosa, suportava em silêncio toda intempérie advinda do "casamento". Ha dias não via Ane. Sentia Saudades e ao mesmo tempo sentia culpa por pensar em outra. Resolveu ir ao Santuário da Mãe da Saúde pra buscar entendimento e luz para seu caminho.
Ane passou a viver seus dias como dava. Seus filhos e netos preenchiam as lacunas da viuvez e assim ia levando a vida.
Muito caridosa, Ane ajudava a cada morador de rua com muito carinho. Vizinhos se tornavam como filhos a cada dia.
A filha era evangélica e lhe cobrava atitudes mais religiosas. Nascera no bairro onde fica o Santuário da Mãe da Saúde e não pretendia se tornar enavangélica. Por isso naquele dia fora visitar o santuário. Sabia que a Mãe, do Céu lhe daria forças. A vida não fora exatamente feliz até ali. Nem pensava em Almir enquanto se dirigia ao Santuário junto a procissão.
Com a fé inabalável chegou cansada e saiu fortalecida da Igrejinha. Na descida viu um vulto conhecido. Mas o vulto sumiu e só o reviu la embaixo na travessia da linha de ferro.
Era Almir. O sorriso dele parecia iluminar seu rosto. Conversaram muito naquele dia. A caminhada era longa e aproveitaram pra refletir e lembrar as aventuras vividas na escola.
Continua...