UMA PAIXÃO ALUCINANTE (Republicado)

 

Sirlene saiu do trabalho cansada, passava das cinco da tarde, pensou em ir numa lanchonete ali perto onde sabia que encontraria algumas amigas, faria um lanche ou até tomaria uma cerveja, porém nessa dúvida no caminho para casa foi interceptada por Fábio, que buzinou e de dentro do carro a convidou para entrar. Conhecera-o durante uma reunião de trabalho na empresa para onde fora transferido e já havia recusado inúmeros convites dele para saírem e se divertirem, nesse dia, porém, ela pensou um pouquinho e achou que não seria nada demais aceitar esse convite. Estava um pouco exausta e precisava relaxar. Entrou no carro sem nenhuma cerimônia que até deixou Fábio surpreso, afinal ele não esperava que ela fizesse isso.

 

Fábio estacionou o veículo em frente a um barzinho onde gostava de freqüentar, ficava na beira mar onde alguns casais ali estavam. Sirlene permaneceu calada durante o percurso até chegarem, quando ele abriu a porta do carro para ela descer. Sentaram em um banco da orla e as mãos dele tocaram os cabelos de Sirlene, que olhou para ele um pouco assustada. Não sabia exatamente porque estava ali, pensou em desistir e pedir para ir para casa, no entanto as mãos de Fábio tocaram as suas e um frio lhe percorreu a espinha. Um sorriso acanhado se viu em seu rosto e nesse momento ela fechou os olhos, quando abriu estava sendo beijada ardentemente por aquele homem que tanto recusara para sair e agora estava ali nesse clima romântico. Sirlene não esboçou nenhuma reação e até contribuiu para que o clima ficasse apimentado. Abraçou-o como nunca tinha feito com outro homem e se deixou perder naqueles braços que, no fundo, já desejara.

 

Já era tarde quando deixaram o motel depois de momentos de prazer, tinham tomado apenas uma cerveja na orla e de lá seguiram para esse quarto de hotel onde o amor rolou com o seu consentimento. Seu cansaço desapareceu, seu tesão aflorou com toda força e o orgasmo foi a coisa mais maravilhosa que sentiu em toda a sua vida. Pediu para ir para casa no que foi atendida de imediato, afinal não era tão tarde assim, arranjaria uma desculpa para sua irmã que com certeza estranharia a hora de sua chegada. Desceu do carro na porta de casa, sua irmã Silmara já lhe esperava, ela informou que trabalhara até aquela hora e que pegara um Uber para regressar do trabalho. Silmara disse ter ligado várias vezes mas o celular dava fora de área, propositadamente Sirlene havia desligado o aparelho para evitar algum tipo de transtorno.

 

Já na sala Sirlene teve uma sensação de culpa, lá estava seu marido Jorge em uma cadeira de rodas, inerte, olhar no vazio. Já não reconhecia a esposa dado o seu estado de saúde, estava quase cego devido a diabetes que se abatera sobre ele há alguns anos. Totalmente dependente tinha a assistência da cunhada que se prontificara a ajudar enquanto a irmã estava no trabalho, era uma tarefa árdua, porém necessária, Sirlene tinha que ter recursos financeiros para manter o marido numa condição confortável já que ele tinha uma parca aposentadoria e ela tinha seu emprego fixo em uma grande empresa.

 

Na manhã seguinte Sirlene saiu mais cedo para o trabalho, queria ver Fábio, saber como ele se sentia depois da última noite quando se amaram pela primeira vez. Quando entrou em sua sala abismou-se, lá estava ele como a lhe aguardar, disse que tinha trazido alguns papéis a mando da diretoria, ela imaginou ser uma desculpa, riu depois de cumprimentá-lo. Nesse momento sentiu-se outra mulher, estava radiante, riu para ele e até tocou seu ombro delicadamente. O dia de trabalho passou normalmente, Fábio foi várias vezes na sala de Sirlene alegando um motivo qualquer, mas ela sabia o real motivo dessas visitas. No final do expediente ela aceitou a carona dele e mais uma vez foram se amar no motel, ela estava excitada e não resistiu ao convite, deixou ser possuída e amada da forma como queria. Para não despertar suspeitas chegou em casa mais ou menos no mesmo horário de sempre. Adentrou a sala e beijou levemente seu marido que olhou-a fixamente e lhe sorriu sem nada dizer.

 

Os dias se passaram e Sirlene estava se sentindo apaixonada, saía com muita freqüência com ele, uma paixão intensa se apoderou dela e Fábio se tornou seu amante inseparável, o sexo rolava praticamente quase todos os dias, muitas vezes fugiam da empresa discretamente para se amarem em um motel próximo.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 04/04/2023
Reeditado em 04/04/2023
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