Amor de Dragão
Um dragão cruzou a barreira em uma expedição
Por curiosidade quis visitar o mundo do homem
Se espantou com o que vira
Correu e se acolheu na floresta
Lá uma humana ele encontrou
Ela morava sozinha isolada do mundo
E isso o interessou
Com ela tentava se aproximar
Mas ela insistia em o ignorar
Entretanto
Lá no fundo
Cintilava felicidade em seus olhos.
Aos pouco foram se conhecendo
E um amor foi crescendo
O mesmo que a humana temia.
Em um belo e trágico dia
A consciência da humana falhara
O dragão pensou que ela estava morrendo
Revelando assim seu maior medo
A barreira do tempo.
A humana revelara uma doença,
Onde seu corpo pararia por completo
Mas sua alma continuaria desperta
Por isso de nenhum humano se aproximara
E quando viu aquele ser místico que tentava com ela falar
Não resistiu a tentação de companhia.
O dragão assentiu com dor pela separação que logo iria acontecer e por amor com ela fez um trato,
Até seu último suspiro do seu lado não sairá
E que todo dia a contará sobre seus muitos anos de vida, para sua alma não se cansar
E assim ele o fez, por amor gastou aquele curto tempo em relação a seu próprio tempo de vida, ao seu lado, a amando e cuidando.
Quando ele chegou no ponto onde se conheceram e disse as palavras "e fim..."
Ele viu os olhos de sua amada se fecharem
Com seu último suspiro chegando ao fim de sua vida
Ela morreu feliz, e ele satisfeito
Ele nunca mais iria esquecer ela
Mas não sentia dor, só uma felicidade inexplicável
Talvez por ela ter saído daquele sofrimento
Se ela sofreu, Ou por ter tido a sorte de poder ama-la.
A tarde ele a enterrou perto de uma cachoeira
O sol fazia a água reluzir como se fazem faíscas de sua alma indo aos céus, e lá o dragão chorou.
Debruçado em sua própria solidão, nunca mais se envolveria com uma humana ou mesmo pensava em voltar a amar alguém
Foram dias tão felizes e curtos que marcaram o seu corpo
Dias que lhe tiraram parte de sua arrogância e curiosidade.
Nunca mais sentiu a necessidade de contar sua vida novamente, pois se tornara algo especial
Se tornara a luz para aquela humana
E o dragão retornou a casa, limpou-a e disse
Adeus, Elaine.