A VIAGEM DE MOTO, UMA PROVA DE AMOR - PARTE 1 (seriado 19).

Estaria acontecendo nos dias de carnaval daquele ano de 1982, uma programação de

Acampamento na praia de Itaparica em Vila Velha, Vitória-ES. A associação de Jovens de nossa região fretara um ônibus que sairia na sexta feira à tarde e voltaria na quarta-feira.

Como nessa época eu tinha meu próprio negócio, eu iria no sábado após fechar a minha loja.

A minha empolgação era mais pela a viagem pois acabara de adquirir uma motocicleta DT 180, e estava fascinado por fazer uma viagem nela um pouco mais distante!... Já havia viajado de BH, onde fui buscá-la, até a minha cidade, 220 Km, e agora rodaria em torno de 450Km.

Uma semana antes da minha viagem várias pessoas do nosso grupo já sabiam que eu pegaria a rodovia 262, após rodar um trecho na rio Bahia de120Km aproximados passando por Caratinga,MG. Ninguém do nosso grupo tinha costume de fazer tais tipos de aventuras, porque as motos naquela época não eram veículos tão comuns como atualmente e especialmente para fazer viagens!... Fui visto como um aventureiro ou um doido para alguns, minha amiga Marcinha era uma dessas pessoas, que conversando comigo alguns dias antes, estava muito preocupada:

- Áh!Eli você é doido demais!... Por quê você vai fazer uma aventura dessas!...

- Marcinha , eu sempre quis fazer viagens assim, pela liberdade de ir e vir, curtir o sol, o vento, as paisagens ao redor e a flexibilidade no trânsito, já fiz uma de BH até aqui quando busquei minha moto, e achei muito legal!...

- Mas é muito perigoso, corre risco o tempo todo na estrada!... (ela disse).

- Não é tanto assim, na estrada eu acho a moto mais segura do que carro, é lógico que isso depende muito do motociclista, não se expor a riscos desnecessários. (Lhe falei).

- Já que é assim, o que posso fazer é te desejar uma boa viagem e orar por você!...

Dê notícias quando chegar lá!... (ela disse).

- OK!... Darei notícias!... (nos despedimos).

Fiquei feliz de saber que ela se preocupava comigo!... Isso era amor verdadeiro a mim!...

Eu tinha um amigo que possuía uma loja de peças de motos e me deu umas dicas para uma boa viagem sem problemas.

Levei ferramentas para desmontar as rodas e correntes e um splay para enchimento rapido de pneus e vedação automatica de furos.

Sai de casa em torno das 12:30 horas daquele sábado ensolarado de fim de verão no final do mês de março e a viagem deveria demorar ao redor de 5:30 horas, se tudo corresse bem!...

Estava tudo indo às mil maravilhas, o trânsito tranquilo, quando rodados aproximadamente uns 50Km depois de Caratinga, proximo de Manhuaçu um dos pneus furou!...

Parei e coloquei a moto num local seguro e tranquilo beira da estrada e apliquei o spray de enchimento e reparo químico no pneu!...

Mas o pneu não enchia, o ar passava direto!...

Não era um simples furo era com certeza um corte na Câmara de ar!...

Entrei com a moto por uma estradinha de chão de terra por uns 50 metros da estrada onde vi um boa moita para esconder a moto!..

Retirei o pneu furado da moto. Enfiei a moto nessa moita de tal forma que ninguém a via da estrada e nem do trilho de chão de terra.

Fiquei na beira da estrada com e pneu e pedi socorro!... Um cidadão com um fusca indo para o mesmo sentido que eu viajava, parou e me informou que logo à frente, há uns 12 Km tinha uma borracharia e me deu carona até lá !... O borraceiro me disse que era melhor trocar a Câmara porque ela estava muito ruim e estava vazando porque possuía uma emenda e tinha aberto essa emenda!

Então mandei troca-la e peguei outra carona de volta.

Eu não levára Câmara nova, dei bobeira nessa!... O vendedor da loja do meu amigo não me perguntou nada e eu passei batido!...

Mas tudo bem, serviu de lição!...

Chegando onde a moto estava retirei-a da moita, dei graças a Deus porque estava intacta, montei a roda e segui viagem!...

Com isso houve um atraso de mais de 45 minutos no trajeto.

Estava se formando uma tempesta à minha frente, pelos meus cálculos não iria conseguir chegar antes da chuva. Rodei algo de mais uns 100Km e a tempestade já estava próxima e nesse momento estava descendo a serra.

Em meio a escuridão da tempestade e os trovões rolando e logo após o pé da Serra já no início do Estado do ES pela 262, já havia rodado quase 300 Km.

Fiquei numa pousada de Beira da Estrada em Ibatiba, onde passei a noite porque já era quase 18:00 horas, já estava escurecendo e a chuva começou a cair torrencialmente e pesada.

L Z de Andrade
Enviado por L Z de Andrade em 01/02/2023
Reeditado em 01/02/2023
Código do texto: T7708827
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