"MINÚCIAS-II
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Pequena coletânea de minicontos sensuais
 Por Olavo Nascimento (10/01/2023)  
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O REI ZULU (primeiro texto de dois)
-- Aonde você se meteu na festa? Você sumiu? Quis saber Lilian.
-- Eu voei querida amiga. Respondeu Marcela.
-- Nossa! E por acaso encontrou um ninho?
-- Tanto encontrei que já estou com saudades.
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As duas amigas eram colegas de trabalho numa agência de publicidade e voltaram a se encontrar naquela manhã de segunda-feira após a festa de fim de ano da empresa na noite da sexta-feira passada. Muita dança muita bebida e muita confraternização pelos excelentes resultados alcançados pela agência no ano que estava findando.
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-- Mas quero saber o que você aprontou – instigou Lilian.
-- Encontrei um rei querida amiga. O Rei Zulu. Verbalizou Marcela.
-- E como foi isso? Que rei é esse?
-- Tudo começou com paqueras e olhares. Ele estava trabalhando como segurança do local alugado para a festa e a iniciativa foi toda minha. Após alguns sinais no meio daquela bagunça toda, cheguei perto dele e o instiguei: “Estou lhe aguardando no estacionamento, o meu carro está na última ala”.
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-- Nossa! Que loucura! Que perigo! Admirou-se a colega.
-- E ele chegou com tudo minha amiga. Muito excitado, com os olhos esbugalhados e sem perder tempo, pegou-me no colo, suspendeu o meu vestido, arriou as minhas calcinhas, sentou-me no capô, abriu as minhas pernas e mandou brasa!
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-- Ufa! Minha amiga. Cheguei a sentir tudo isso aqui. Que coragem...
-- Ele foi muito bruto e estava com pressa pra voltar ao trabalho. Invadiu-me sem dó e piedade e berrou como um animal quando gozou.
-- E você? Pelo visto ele nem pensou em você. Que canalha... Que filho-da-puta...
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-- Eu vi estrelas uma atrás da outra com os meus orgasmos em tão pouco tempo minha amiga. Estou com saudades até agora. Foi tudo muito rápido, sofrido e gostoso. Ah! Que macho!
-- E agora? Como é que fica com o negão?
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-- Ele se limpou nas minhas vestes e voltou para a festa depois de me chamar de prostituta.
-- Que situação, mas você deu motivos ao se oferecer. Muito triste isso.
-- Tentei um reencontro e ele respondeu que já conhece esses lances fora de hora de piranhas apaixonadas.
-- Que absurdo... E aí? E agora?
-- Aí liguei o meu carro e fui embora pra casa sem arrependimentos.
-- Sem arrependimentos? E o seu marido?
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-- Sem arrependimentos cara amiga, porque ele estava merecendo por ter feito o mesmo com a piranha da sua secretária. Há muito estava querendo dar o troco e não tinha coragem. Estou realizada agora... E tinha que ser com um negão pra ele deixar de ser racista.
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-- É... Pelo visto o ditado está certo:
“AQUI SE FAZ, AQUI SE PAGA."
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QUANDO UM NÃO QUER,
DOIS NÃO SE COÇAM
(segundo texto)
A insistência de Tadeu para conquistar Augusta, já estava deixando a moça incomodada. Os dois já se conheciam há bom tempo desde a época da adolescência e estudaram na mesma escola perto de onde moravam.
O tempo passou, a moça mudou-se para outro local distante e voltaram a se encontrar anos depois num evento comemorativo na cidade. Ela com o charme de jovem mulher aos vinte e dois anos e ele dois anos mais velho. Tornaram-se amigos de baladas e confidências que, como poderia acontecer com o passar de encontros e distrações, o interesse dele por ela aflorou de vez com suas intenções. Tadeu insistia, insistia, insistia, mas...
A moça estava em outra e resistia, resistia e resistia, até ela resolver aceitar um convite dele para um fim de semana prolongado na Região dos Lagos (RJ), para tentar expulsar o seu trauma pessoal.
A viagem de carro com o rapaz foi cansativa e demorada por conta do trânsito congestionado, alugaram uma pousada e aproveitaram o primeiro dia para curtir as praias, almoçar e dançar. O clima estava ótimo para um gostoso aconchego, mas...
Após um banho de ducha juntos com carícias e beijos, Augusta evitou contatos mais invasivos, se afastou e determinou: -- EU QUERO IR EMBORA. ACABOU TADEU, LEVE-ME DE VOLTA.
-- Mas o que aconteceu? O que foi o que eu fiz? Reagiu o rapaz.
No caminho de volta, no carro, ela desculpou-se: -- Não me leve a mal caro amigo, nada contra você.
-- Senti-me rejeitado. Lamentou-se o rapaz.
E ela continuou: -- Desde quando eu fui violentada após a minha festa de debutante, eu tenho nojo de homem. Fui forçada a sexo por um dos garotos convidados quando, com outras duas amigas e três rapazes decidimos aguardar o raiar do sol de madrugada na praia. Enquanto os outros transavam a gosto, eu fiquei abismada, recusei o assédio e fui imobilizada por ele na areia. As dores que eu senti e a vergonha de ser exposta na frente dos outros, não saem da minha cabeça até hoje. Traumatizada e sem querer encontrar de novo aquela gente, eu saí de casa e fui morar com a minha tia. Desde então meu caro, eu estou em outra.
-- Que lance! Então foi por isso que você mudou de casa e sumiu?
-- Pois é, mas tem algo mais. Eu tenho uma namorada, eu gosto de mulher... A gente vai se casar e morar juntas. A gente se curte, se ama, se entende, se respeita e se satisfaz. Não quero saber e nem preciso de homem para o sexo.
-- Nossa! Eu não sabia disso!
-- Tive vontade de lhe contar várias vezes, mas pensei que as minhas recusas fizessem você entender.
-- Mas então porque esta nossa viagem?
-- Porque eu precisava me testar caro amigo. Precisava de uma situação a sós com um homem para avaliar melhor minhas tendências.
-- E me pegou como cobaia?
-- Não pense assim. Eu tentei contigo, meu favorito, mas não consegui. Desculpa-me mais uma vez. Uma pena...
-- Pena mesmo querida amiga, pois estava muito a fim de você e consegui lhe beijar...
-- Mas foi bom para a gente esclarecer as coisas. Você viu. Mas vou continuar com a minha menina. A gente se gosta muito...
-- É aquele caso querida Augusta, quando um não quer nada acontece. Vamos continuar como amigos sem mágoas e arrependimentos...
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Abraços
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POETA OLAVO
Enviado por POETA OLAVO em 10/01/2023
Reeditado em 18/03/2024
Código do texto: T7690861
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