QUANDO O DESTINO MUDA O COMPORTAMENTO DE UM CASAL

 

   Clarissa não vinha se dando bem no casamento, Carlos não estava lhe tratando como devia, mesmo com pouco tempo de casados, apenas três anos e sem nenhum filho até esse momento. Ainda bem, pensava ela, que tinha loucura de ter um filho, mas diante dessa situação achou melhor Deus não ter lhe dado essa oportunidade agora. Nesse pouco tempo de casamento ela não se ligou muito na personalidade do seu pretendente, viu que realmente ele tinha alguns "defeitos", mas achava que o tempo se encarregaria de mudar e que ele seria um bom esposo. Ledo engano, depois de casados ele, depois de uma pausa, voltou a beber e passar as noites fora com amigos, o que desagradava ela. Ainda alimentando a esperança de uma mudança radical Clarissa deixou o tempo passar e após esse curto espaço de tempo resolveu "abrir os olhos" e perceber que a realidade era outra. Carlos nem a procurava mais quando chegava das farras, ela também não se preocupava muito, um marido como esse era melhor ficar sem sexo.

   Naquela noite de verão Clarissa estava entusiasmada numa festinha de aniversário de sua amiga Aninha que comemorava os seus 18 anos, se excedera um pouco na bebida, a alegria estava sempre estampada em seu rosto. Carlos, um amigo de sua amiga, se engraçou dela e ambos ficaram a conversar. Surgiu entre eles um clima e após a festa emplacaram um namoro. Num espaço de cerca de um ano eles noivaram e casaram.

   Clarissa trabalhava num escritório de advocacia desde o tempo de solteira, onde era bem quista. Um dos advogados, solteiro, sempre a cortejava, mesmo sabendo que ela era casada, mas até aí se dava ao respeito, agora era diferente, ela tinha um marido que a maltratava e não lhe dava atenção, além de ser um farrista que adorava as noites com os amigos. Aceitou o convite do amigo advogado, Dr. Adelmo, indo ambos para um restaurante onde jantaram. Clarissa estava se sentindo estranhamente feliz com aquele homem que já conhecia há anos e era seu companheiro de trabalho. Depois do jantar foram até a orla para sentirem o ar marinho e conversarem ouvindo o barulho das ondas se quebrando na praia. Era tudo que ela queria, mudar de ares, sentir o frescor da noite com uma companhia agradável e Dr. Adelmo era uma pessoa do seu agrado, muitas vezes ele a elogiava, dizia que era muito bonita, em algumas ocasiões se sentia atraída, vendo a hora cair nos braços dele, mas se continha, era uma mulher casada. Agora não, mesmo sendo casada decidiu cair nos braços dele, afinal já pensava em largar o marido. E foi exatamente o que aconteceu, ao saírem dali foram direto para um motel onde fizeram amor até quase meia noite. Chegou em casa tranqüila como se estivesse com o dever cumprido, Carlos ainda não tinha chegado da farra, tomou um banho e deitou-se. Quando ele chegou estava sóbrio, estranhamente trouxe-lhe uma rosa e ofereceu para a esposa, prometeu que seria essa a sua última farra, iria se dedicar integralmente para ela. Clarissa ficou abismada, sem saber o que dizer. Ele tranqüilamente tomou um banho e deitou-se junto a ela, queria fazer amor para comemorarem essa grande noite. Ela satisfez o seu desejo e se amaram por várias horas.

   Na manhã seguinte, quando chegou no trabalho, Dr. Adelmo a esperava com uma rosa na mão, mera consciência, o que deixou Clarissa um tanto nervosa. Que coisa! - pensou ela. Sua admiração pelo colega de trabalho esfriou ao ponto dele desconfiar e perguntar o que estava acontecendo. A princípio ela nada falou mas depois resolveu contar o ocorrido. Encabulada decidiu não mais tocar nesse assunto e o que houve entre ela e o advogado ficaria no passado, seria uma página virada, pois iria dar essa chance ao marido, o que fez o colega de trabalho entender a situação. Realmente Carlos mudou o seu modo de vida, passou a chegar em casa cedo depois que largava do trabalho se dedicando a esposa.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 31/12/2022
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