NATAL INESQUECIVEL - Ensaios da Peça (seriado 6)

O Natal naquele ano ia acontecer em um fim de semana.

Como sempre a apresentação da peça teatral seria na véspera. Haveria vários ensaios de retoques finais antes da apresentação.

Toda trama da peça girava em torno de Hermes o protagonista da peça, que era um jovem cristão filho de um importante Cidadão Romano, Demétrius!...

Embora Hermes fosse um verdadeiro seguidor de Jesus, se vê influenciado por um grande filosofo da época chamado Marcion!...

Marcion era uma espécie de Gurú Gnostcista esotérista e materialista da época!... Hermes sofre uma séria decadência e esfriamento em sua fé a partir de suas influências com Marcion.

Hermes tinha se casado com Atenás e tiveram um filho, que se tornou a alegria do casal!...

De repente, sem nenhum motivo aparente, o filho adoece gravemente e nenhum dos medicos mais importantes da época, aos quais, Hermes tinha todo acesso, conseguem diagnosticar e curar sua enfermidade!...Nessa hora difícil de sua vida, Hermes busca auxílio em seus ente queridos, parentes, amigos e em suas filosofias, mas se vê totalmente desamparado, amargurado e sem fé em quem pudesse obter socorro, consolo e ajuda!..

Eli desempenharia o papel de Hermes e iria

contracenar na peça com a jovem Estela, no papel de Atenás, que seria sua noiva e esposa na peça !...

Na ocasião , Estela sua coadjuvante era noiva de um outro jovem do grupo!... Seu noivo era meio inseguro emocionalmente e muito ciúmento porém, sendo ele bastante amigo de Eli, fez uma brincadeirinha de mau gosto com ele dizendo:

- Cara, vou te emprestár minha noiva, pra fazer cena com você no teatro!... É bom que você pode até tirar umas casquinhas nela né!?? He,he,he!... Mas vê se deixa um pouco pra mim hein cara???

- Desse jeito não sei vou querer contracenar com sua noiva não uai!... (lhe falei) - Você me deixou numa saía justa agora rapaz!...

Ele desconversou, falou e desfalou sobre o que tinha dito!... No final disse que era brincadeira e que pelo amor de Deus não o interpretasse mal!...

- Por mim tudo bem!... (lhe respondi) - Só que ficou uma situação, chata né!... (completei).

Achei de muito mal gosto a brincadeira dele, primeiro porque Estela, a meu ver era uma moça de incontestavel carater e eu também não era nenhum moleque.

Na realidade, segundo o costume da direção teatral, papéis dessa natureza eram desempenhados por casais ou pessoas descompromissadas com alguém, exatamente para não criar esse tipo de dificuldades, porém ele não quis aceitar o papel, disse que não se achava competente para isso, ainda que nessas apresentações ninguém era profissional, éramos todos amadores. As cenas também eram apenas de cordialidades, nada de intimidades.

Isso gerou um desentendimento entre os dois, pois Estela mesmo depois de alguns ensaios pediu para declinar sua participação na peça, porque ficara sabendo da brincadeira do noivo comigo.

Criou-se um clima difícil para a direção, faltando apenas uma semamana para a apresentação, precisava conseguir alguém para o papel de noiva e esposa do Hermes. Cogitou-se de uma de minhas irmãs, porém irmã no papel de esposa ficava meio estranho, e também elas eram parte da direção!...

Durante a reunião da direção, Bete que também era da direção e estava na hora junto com a Marcinha, e Brincou:

- Vamos colocar a Marcinha!...

- Eu aceito!... (Falou Marcinha sem disutir).

- SÉRIO MESMO ???? (perguntaram a ela).

- Sim!... aceito com todo prazer!... Não tem que falar muita coisa mesmo né??? ☺

Ela fazia parte do elenco de figurantes, e assistia aos ensaios.

- Sim, fala muito pouca coisa!... é mais contra cena mesmo... responder... ajudar a ele em algo durante a cena!...

(Ele já fez esse papel outras vezes... ele vai poder te ajudar muito....é só ensaiar!).👍

- Ah!... que legal!... (Brincou Márcia)

- Elevando seu queixinho disse: Vou ser a principal Atriz Coadjuvante!... 😂

Todos da direção aplaudiram sua brincadeirinha e sua espontaneidade!.👏👏

Eu não estava presente na reunião da direção teatral, mas deram-me a notícia das últimas decisões naquela segunda feira, e os ensaios precisavam acontecer logo nos dias seguintes.

Teríamos que aguardar com expectativa os acontecimentos desta próxima semana.

Eu já tinha reprogramado minha vida no trabalho pois iriamos folgar na véspera do Natal e teríamos que pagar duas horas diárias na semana, então eu pagaria quatro horas em dois dias e sairia no meu horário normal na 4a. e 5a-feira e poderiamos ter os ensaios normais, à noite nesses dois dias da semana. Minha musa inspiradora agora era minha contra cenante, em um papel muito importante para mim.

Meus motivos para aquela representação se tornaram algo especial para minha vida naquele ano!... Não era mais apenas uma simples apresentação de Natal de nossos jovens naquele ano, mas um pedaço da minha vida!... Se nada acontecesse entre eu e Marcinha algum dia, pelo menos eu teria vivido um papel representativo do que eu gostaria de ter sido na vida dela. Fiquei mais feliz ainda quando soube de sua espontânea vontade, manifestada por ela mesma e também de sua coragem, ainda que fosse coadjuvante, era de muita responsabilidade, o seu papel, pois estava no foco dramático da peça.

Com apenas dois ensaios a Márcia já estava pronta para a apresentação final. Ela já sabia todas as falas e sem vícios de decoreba, falas mecanicas sem realismo. Seus movimentos

representando em sena também eram perfeitos.

Fizemos um últimos ensaio com todo elenco da peça um dia antes da apresentação e ficou tudo pronto para o dia seguinte que seria uma sexta feira do dia 24 de dezembro.

Quando terminamos tudo e deixamos o espaço teatral já beirava 22 horas. Todos foram saindo rapido porque o dia seguinte seria puchado pra todo mundo.

Tinhamos que estar nos camarins em torno de uma hora antes do espetáculo. A Bete brincou com a Márcianha) me incluindo na sua fala.

- Vou levar sua noiva pra descansar, se não ela não da conta do dia amanhã.

E foram saindo e a Márcinha toda empolgada e tagarelante em relação ao dia seguinte.

(Obra de Ficção Fantasia)

(Qualquer semelhança de nomes de pessoas,

locais e fatos trata-se de mera coincidência)

L Z de Andrade
Enviado por L Z de Andrade em 22/12/2022
Reeditado em 22/12/2022
Código do texto: T7677711
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