Arquitetura contra a sorte
O teu projeto cativa o meu ser maluco e fortuito
De mil maneiras, sim, que não sei mais dizer
Com três pontas traçaste a união do meu ser outrora em luto
Ao teu vívido projeto de vida e poder
O mancebo aprecia as cores do campo
Lincencia-se a idea da tenra juventude
A íris dos teus olhos enche o arco da minha história, no entanto,
Com a premissa de viver contigo, pleno, na plenitude
Tirei a borboleta e o parafuso da caixa, já estão prontas
As ferramentas da minha singela amorosa oficina
Pós expediente busco-te, onde te encontras?
Venha, completemos enfim a nossa sina
Um modelo desenvolvido na tardia revolução
Fez-me pensar nos testes do acaso, às portas fechadas
Com classe, aproximo do teu rosto, arcaico em ascensão
Lindo e jovem, expressões arqueadas
A caneca transporta o líquido dinâmico e efêmero
O meu ser evita a existencial crise, de Janeiro a Janeiro
Importa-te brincar comigo? Sou eu o teu isômero
Sólido o bastante para abraçar-te por inteiro
Antes de pular de uma pedra, lembre-se da terapia
Afinal, os sólidos também sofrem impacto, suponho
Minha viscoelasticidade migra para um sentimento que se adia
Não negue hoje, meu amor, aquilo que te proponho...
Construa, sem vergonha de ser feliz
As plantas do nosso projeto, do nosso castelo, num passo consorte
Racional somos, somos o nosso próprio país
Democracia de uma arquitetura sincera contra a sorte