O despertar de um anjo

Titulo: " O Despertar de um anjo."

Outubro de 2022

escrito por: Alessandro Silva

Texto de ficção

Querida mãezinha e meu querido irmão Bento, primeiro peço a bênção de Deus em nosso auxílio e a bênção que rogo à minha querida mamãe dona Izaura Maria, para que as forças não lhe faltem.

Eu Gabriela dos santos tomei o lápis com o auxílio de meu mentor para escrever a vocês.

Venho por meio desta carta perdoar o meu assassino que ao mesmo tempo foi o grande amor da minha vida, Mário meu noivo foi ele que em um ato extremo de ciúmes tirou a minha vida.

Lembro-me com toda a precisão como foi o dia do meu desencarne: eu voltava do meu serviço quando, ele parou sua moto ao meu lado e me perguntou aonde é que eu estava até aquela hora e eu respondi que estava voltando da clínica onde eu trabalhava como secretária porém mesmo assim, Mário não acreditou em mim e mandou que eu subisse em sua moto, eu cansada pois ainda teria que ir até o ponto para pegar um ônibus e voltar para casa aceitei sua carona mesmo sentido que não deveria ir com ele.

Ainda na garupa da moto senti um forte aperto no peito, passado ocorrido hoje sei que ali meu espírito já estava ciente do que estava para acontecer comigo, porque na noite anterior eu e meu namorado, já havíamos discutido pelo mesmo motivo de sempre; seu ciúmes desmedido...

Mário acelerava cada vez mais a sua moto mesmo depois de eu lhe pedir que não corresse tanto pois eu tinha muito medo, mesmo assim de nada adiantou foi então que em uma estrada deserta rodeada por um matagal, ele parou a sua moto e ordenou que eu descesse, mas eu sem entender nada, perguntei por que que Mário havia resolvido parar naquele naquele local tão deserto, sendo que ainda faltava muito para chegar até minha casa, ele disse para mim que desconfiava que estivesse o traindo, mas eu jamais seria capaz de fazer uma coisa dessas com ele, mamãe pois a senhora sabe que eu sempre fui fiel ao Mário e eu amava muito! Eu perguntei o porquê daquela desconfiança sendo que eu nunca havia lhe dado motivo algum mesmo assim meu namorado, muito nervoso me pegou pelo braço e começou a apertar o mesmo, começei a gritar ... foi então que eu olhei no fundo de seus olhos e Mário parecia estar possuído, eu em um ato de defesa dei um chute por entre as pernas dele e consegui sair correndo porém Mário também correu e conseguiu me alcançar, iniciando uma série de agressões contra mim, eu pedi a ele que pelo amor de Deus parasse de me agredir e como se não bastasse: Mário começou a me sufocar com as duas mãos em meu pescoço, aos poucos eu fui desfalecendo e entrei num sono profundo ... ouvi quando o meu coração parou de bater, não conseguia ter o controle do meu corpo a princípio me debatia tentando escapar de meu assassino, mas depois nem isso, quando me dei por mim eu estava afastada e via Mário em cima do meu corpo, quando ele viu que eu já estava sem vida montou na moto e me deixou caída naquele matagal. Eu corria para todos os lados completamente indignada com o que havia acabado de acontecer comigo...

Eu me aproximei de meu corpo, mas não podia mas entrar nele, doeu tanto quando me dei conta disto, essa foi a maior tristeza que já vivênciei, fiquei ali naquela estrada o resto da noite chorando e rangendo os dentes, sentindo muito frio, qual foi a minha agônia quando começou a chover e o meu corpo ali caído naquele mato, começou a tomar aquela chuva e ao redor dele se formou uma poça de lama, eu chorava muito em me ver naquela situação e não poder fazer nada! Foi então que meu avô Januário, juntamente com dois irmãos do plano espiritual, vieram resgatar meu espírito para que eu pudesse seguir com eles para Eternidade. Mas eu não tive coragem de partir com eles, pois a minha dor e a minha revolta eram tantas que eu dei as costas para os três espíritos de luz e começei a caminhar deixando para trás o meu corpo.

Em uma questão de segundos eu cheguei em minha casa lá encontrei você mamãe, preparando o jantar, eu pude sentir também a sua angustia pela minha demora ao chegar do serviço, meu irmão havia ido atrás de mim, eu quis lhe dar um último abraço minha mãe, mas não consegui pois minhas mãos já não podiam tocar em sua matéria, eu entrei em prantos, foi então que mais uma vez apareceram meu avô e os dois irmãos do plano espiritual a fim de me resgatarem, porém eu mais uma vez lhe disse não. E vi também quando meu irmão chegou em casa muito nervoso, dizendo para a senhora que não havia me encontrado e que eu já havia saído da Clínica onde trabalhava, foi então que minha mãe a senhora correu até a sala e telefonou para Mário o meu algoz e lhe perguntou se ele sabia do meu paradeiro e escutei quando ele disse que não havia estado comigo naquele dia, mas que iria passar em nossa casa, para saber mais notícias do meu desaparecimento tamanha foi a sua frieza. Há todo instante minha mãe eu estava ali com vocês, o pior momento para mim, foi ver meu assassino entrando pela porta da frente da nossa casa e abraçando a senhora e meu irmão. Vi também quando o Mário mentiu para vocês dizendo que estava em sua casa dormindo e que havia se oferecido para ir me buscar no serviço, mas que eu havia lhe dito que já havia tomado o ônibus. Depois disso, meu espírito acompanhou vocês e o meu assassino, quando foram até a delegacia dar queixa do meu desaparecimento e vi seu desespero querida mamãe, quando lhe disseram que precisariam esperar vinte quatro horas para que eu fosse dada por desaparecida. De repente senti novamente um forte aperto no peito e voltei ao local onde estava meu corpo. Lá eu vi um senhor acompanhado de sua esposa, eles haviam encontrado o meu corpo, quando o homem resolveu parar a sua caminhonete a beira da estrada, para urinar e se deparou com meu cadáver, ele rapidamente chamou sua esposa para ver o que havia descoberto e em seguida chamaram a polícia.

No dia seguinte a notícia do meu assassinato já estava estampada em todos os jornais de Montes Claros, no dia do meu sepultamento foi que eu me dei conta de que nunca mais entraria naquele corpo, nunca mais poderia realizar o sonho de ser uma advogada que era para isso que eu estava estudando, o que me restaria seria vagar pela eternidade, porque vagando eu ainda estaria perto de minha mãe e meu irmão que eu tanto amo, mas se eu fosse para a eternidade nunca mais iria lhes ver.

Eu estava lá ao lado de Mário, quando ele foi interrogado pela polícia e confessou seu crime, não suportando a pressão da mídia e de centenas de conterrâneos da minha cidade clamavam por justiça pela minha morte. Eu senti muito amor por parte dos moradores de Montes Claros, cidade onde nasci, cresci e desencarnei, e agradeço a cada amigo que deu apoio a minha família, nós momentos mais difíceis pelos quais eles passaram.

Venho por meio desta carta também, agradecer a você meu irmão Bentinho, por você não ter feito Justiça com suas próprias mãos que foi o que eu vi você dizer a mamãe que era a sua vontade de fazer. Mas que bom que você me ouviu meu irmão, porque nesse momento eu me aproximei de você e soprei em seu ouvido que não fizesse isso, pois assim você iria se igualar ao meu assassino e de nada adiantaria pois eu nunca mais poderia voltar ao convívio de vocês.

Eu aprendi aqui na colônia espiritual que o corpo que possuímos quando estamos encarnados é uma: morada na qual habita a nosso espírito, o corpo é também um grande presente dado por Deus, sendo ele armadura do nosso espírito e a vida aprendi aqui que é igualmente um dom de por Ele. Mas além disso, hoje sigo a vida eterna.

Aqui querida mamãe, existem famílias inteiras e eu não me encontro sozinha não, pois já encontrei muitos de nossos familiares já desencarnados.

Ainda há pouco estive com seu Chico, lembra mamãe quando a senhora me levou até Uberaba, pois com cinco anos de idade, não conseguia andar e a senhora me levou para falar com Chico Xavier e depois de uma imposição de mãos dele, eu passei a caminhar?

Aqui Chico é um irmão muito querido que em vida também deu voz aos irmãos do lado de cá. Mas o intuito maior dessa carta é dar o perdão ao meu assassino que é o que eu começei dizendo, Mariozinho que foi o grande amor da minha vida e hoje se encontra em depressão encarcerado, chora todas as noites de arrependimento pelo ato brutal que cometeu comigo, hoje em dia ele caiu em si e viu que eu sempre o amei e o respeitei, no começo tive muito ódio dele, mas com a benção de Deus eu foi resgatada e me tornei um espírito de luz, descobri aqui no plano espiritual também que em outra vida, Mário foi meu filho e eu o abortei, ceifando sua vida, por isso que nessa vida viemos como inimigos e já estou pronta para reencarnar, mas antes gostaria que essa carta chegasse até Mário, porque eu aprendi que o perdão é a maior de todas as chaves para a eternidade. Eu te perdou Mariozinho e que está carta querida mamãe possa chegar o mais rápido possível, até o conhecimento dele, pois essa semana Mário tentou se matar enforcado na cadeia. E pelo fato dele ter sido meu amor nesta vida e na outra um filho que eu abortei, eu não quero o seu o mal mas sim o seu bem, pelo fato do seu arrependimento... Eu desejo que Mário e principalmente a minha família vivam todos em paz.

Querida mãezinha e meu querido Bento essa é a mensagem que eu tenho para passar para vocês através desta psicografia e peço a minha mãe que a senhora leve está carta até a penitenciária e que ela seja entregue para meu Mário e que a paz de Deus o alcance.

Assinado: Gabriela da silva Alves

Gabi

02/06/2012