...História do meu primeiro amor...

Era uma vez numa noite de festividade da qual me fazia presente, era festa de formatura da qual fui convidado...

Neste dia pairava um iluminado luar sob uma magnífica lua cheia...

Remonta uma época da mais nítida pureza presente em mim e em meu coração, eu até era virgem e nunca tive nenhum tipo de maldade, retrato de há mais de uma década, há quase duas décadas.

A saudade está em minha mente e em meu coração...

Neste dia fabuloso me foi agraciado conhecer meu primeiro amor, quando meu coração bateu mais forte e pulsante, o nervosismo aflorou e tomou conta de mim por não saber o que falar...

Foi quando olhei pela primeira vez nos olhos de meu primeiro amor...

Foi quando conheci a paz ao olhar nos seus olhos negros sem nenhum reflexo...

Bebia uma dose atrás da outra dose de whisky para tentar tirar o nervosismo...

A chamei para dançar, nunca tinha dançado antes ... dançamos a valsa que tacava na festa de formatura...

Daí em diante existe uma longa história de quem veio a se tornar um amor verdadeiro, horas e horas de conversa por telefone - pois morava há uns 200 km de distância, comprava cartões telefônicos pois nem sequer celular tinha, ficava em orelhão (telefone público) conversando, viajava 200 km para estarmos juntos de 15 em 15 dias, sempre ouvíamos muito músicas quando estavamos juntos, tendo o repertório de Chico Buarque e a trilha sonora de La Valse d’Amélie do filme de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, as favoritas dela...

Depois desta festividade a qual a conheci, combinamos nosso primeiro encontro numa sorveteria, ainda estava tão nervoso...

Depois no segundo encontro, um dia inesquecível foi quando a pedi em namoro oficialmente na praia do Janga, no dia 12 de maio, foi muito especial e não haveria de explicitar tal forma com a qual agi para tanto, pertence somente a nós dois...

Nunca havia antes comemorado meu aniversário, em razão da crença religiosa - pois a religião Testemunhas de Jeová recusam e não aceitam comemorar o natalício ... mas ela fazia aniversário no mesmo dia 02 de julho que eu ... comemoramos juntos duas vezes, a primeira só nós dois e a segunda com a família dela...

Inesquecível seus beijos e abraços, principalmente em relação a uma certa ocasião em que ela havia concluído o teste físico num concurso público e ao terminar correu aos meus braços e nos beijamos apaixonadamente, abraçando-a levantei-a e ficamos rodando nos beijando, toda suada e seu cheiro vem recordar meu olfato até os dias atuais...

Eu era da religião Testemunha de Jeová e ela católica, havia sido repreendido pelos anciãos em razão de namorar uma descrente como costumam chamar os fora da religião, perdi os amigos da religião em razão de insistir no namoro...

Foi o primeiro beijo, o primeiro amor, foram quase dois anos de namoro, de 15 em 15 dias estávamos juntos, infelizmente, não foi a primeira com quem tive sexo de verdade... Pois eu era virgem e ela dizia também ser, não a conheci na sua intimidade sexual propriamente... Pois, forte na crença religiosa e diante dos princípios e das virtudes que nutri dentro da religião, pasmem, o dilema religioso impunha que primeiro tinha que casar-se para transar ou ter sexo...

Nesta época tinha por volta dos 16 anos e já trabalhava desde 14 anos de idade, nesse período era estagiário do Ministério Público, recebia o dinheiro suficiente para viajar e sair para lanchar...

Ela era 4 anos mais velha que eu, era estudante, estava concluindo o curso de Direito e não trabalhava...

Foram quase dois anos de companheirismo e amor, entre beijos quentes e longos, e entre amassos de amor, sem sexo propriamente, sem nunca ter alcançado muito a intimidade propriamente sexual...

Fazíamos comidas gourmet juntos, desfrutando sempre acompanhados e regados a um bom vinho...

Vim a perder a virgindade, ou seja, transar pela primeira vez, quando tinha 18 anos da idade, numa viagem que realizara para Curitiba/PR, que foi um romance mágico com uma linda e aguerrida morena curitibana...

Agora, cá comigo tentando refletir, terminei esse namoro com meu primeiro amor por telefone, lembro como se fosse hoje - estava na biblioteca da faculdade, sem ter contato pessoal no dia do término, pois ela reputou, numa ligação ao telefone, que eu havia a traído com outra ou estava com outra, embora negasse veementemente ao telefone, ela insistiu intransigente em terminar, e somente disse que tinha alguns pertences meus e que eu fosse buscar, não fui...

Cerca de 10 anos depois eu a encontro pessoalmente no fórum, ela é oficial de justiça e eu estava aguardando uma audiência, nem ao menos sequer sabia que ela trabalhava naquele fórum, quando a avistei, chamei-a pelo seu nome completo e..., ela começou a se derramar em lágrimas e duas amigas dela a levou, dizendo que um familiar havia falecido, foi tudo muito rápido, nem pude falar nada, pois não houve tempo, desse dia já faz uns 5 anos até hoje...

Por quê será que havia chorado ao me ver?

Por quê ela não disse nenhuma palavra?

Por quê eu não a procurei ou a procuro novamente? ... Já que sei onde ela está?

Só sei que tenho saudades, só sei que foi meu primeiro amor, só sei que todos nossos momentos estão guardados na mente e no coração...

Eu acredito no livre-arbítrio, no entanto, acredito também que algumas coisas acontecem ao acaso...

Será que um dia a reencontrarem novamente?

...

São recordações tão especiais na minha vida, que parte delas resumidamente as escrevo aqui, externando sentimentos de amor puro arraigados em mim...

Randrel Rudson de Mattos
Enviado por Randrel Rudson de Mattos em 09/10/2022
Reeditado em 10/10/2022
Código do texto: T7623995
Classificação de conteúdo: seguro