Despejada
Eu não sei como é ser despejada, tirada daquele lugar onde chamo de lar, perder toda a segurança, o calor da minha casa.
Eu não sabia como seria, mas fui.
Despejada de onde eu um dia chamei de meu lugar preferido no mundo. Me arrancaram dos braços que eu jurei sentir pra sempre ao meu redor. Daquela segurança, da confiança que nunca acreditei um dia sentir. E o pior de tudo foi que quem me despejou foi você.
Sem direito a recorrer, uma ordem de despejo apenas.
Era leve, natural, tão lindo que nossos olhos brilhavam. Um sorriso tão grande e sincero que há muito não tomava meu rosto, vinha todas as vezes que te via. Cansei de suspirar quando pensava em estar contigo, o peito apertar de saudades quando ia vencendo a semana sem te ver, e a euforia que as borboletas ficavam em meu estômago quando te via, são sensações que não irão me deixar com o despejo.
Despejada dos braços daquele que amo, meu coração partido e as borboletas envenenadas.
As lágrimas de emoção viraram de puro sofrimento, cada lugar que visitei segurando suas mãos vira uma maldição porque não posso te despejar dos meus pensamentos, do meu coração. Não sei se o faria se pudesse também.
Amo-o demais para magoa-lo assim.