Uma chance

Fomos obrigados a ficar alí, naquela pequena ilha porque a tempestade não dava trégua. A água era tanta que mal conseguíamos olhar um no olho do outro. A ilha era tão pequena que podíamos pensar que era só nossa, assim como era só nosso o sentimento de vazio por termos decidido tomar rumos diferentes naquela altura da vida. Foram anos de felicidade seguidos de outros nem tanto, onde a solidão começou a tomar lugar no nosso universo, acostumado com movimento, paixão e tesão. A solidão balançou-nos e, em pouco tempo, transformamo-nos em outras pessoas apáticas, amargas … até que decidimos pegar pela última vez o nosso barco - já estávamos em processo judicial de separação - e atracarmos na pequena ilha onde fizemos amor pela primeira vez. Foi providencial a decisão, porque a chuva torrencial aliou-se à nós e, aos poucos foi serenando, assim como os nossos corações. Conseguimos, em paz, enxergar, através do sentimento, que nada é eterno, que a vida tem as suas nuances e que poderíamos dar à nós mais uma chance. E assim o fizemos!

Rosalva

22/08/2022

Rosalva
Enviado por Rosalva em 22/08/2022
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