MINHA MUSA ELENITA

   Durante toda a minha juventude eu fui um jovem um tanto estranho, eu mesmo me achava assim, exageradamente tímido, tinha até medo de encarar uma garota. Jamais me dirigi a qualquer uma com o intuito de cortejá-la, simplesmente não tinha coragem, temia um "não", isso para mim era um pavor, não agüentaria. Passava uma boa parte do meu tempo no quarto, estudando, lendo romances ou simplesmente meditando sobre a minha vida. Me vinha sempre a vontade de ser audaz, tomar iniciativa, procurar conquistar e fazia até planos de como agir na hora H, mas justamente nessa hora tudo ia por água abaixo, tudo o que havia planejado não era executado e eu me sentia perdido em dúvidas e isso só fazia a minha covardia aumentar. Eu me considerava um fraco.

   Somente após os dezoito anos é que fui me aproximar de uma jovem com a qual pretendia namorar, ela era de uma beleza simples e passou a estudar no mesmo colégio onde eu fazia o curso clássico. Moça de atitudes, um ano mais velha que eu, foi ela quem tomou a atitude de fazer amizade comigo, o que sobremaneira me surpreendeu, pois imaginava ninguém do sexo feminino vir até mim. Mas Elenita veio, esse era o seu nome. Depois de algumas semanas de uma convivência muito boa eu me senti mais a vontade e aos poucos fui ganhamdo sua confiança até o dia de lhe roubar discretamente um beijo na face. Notei que Elenita ficou vermeha, eu pior ainda, não sabia onde por os pés, não sei onde fui encontrar essa coragem. Depois de alguns minutos ela sorriu, o que me tranqüilizou emocionalmente. A partir desse momento praticamente começamos a namorar. Psicologicamente eu estava mudando, estava também me sentindo atraído por ela, estava me apaixonando. Comecei a ficar dependente desse amor que estava surgindo entre nós. Eu estava adorando. Elenita estava gostando de mim, eu estava percebendo.

   Alguns meses se passaram, eu me sentia mais firme diante dessa namorada que passou a ser tudo para mim, não conseguia ficar longe dela um só minuto, tornei-me dependente, não pensava mais em mim, só nela. Tudo fazia por ela, atendia a todos os seus desejos e mimos, me acostumei com essa dependência amorosa, me satisfazia muito bem e isso importava muito para mim.

   Dois anos se passaram rapidamente, Elenita era a minha eterna musa, nosso amor era intenso, recíproco, inabalável e tudo concorria para uma eterna felicidade. O tempo nos ensinou a viver sempre rm harmomia, principalmente a mim. Finalmente, depois de muitos planos e de termos conseguido bons empregos, nos casamos. Passaram-se mais de vinte anos de total felicidade junto aos nossos dois filhos.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 12/08/2022
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